A brincança dos Embelêcos: vozes políticas e epistemológicas dos subalternos

Autores

DOI:

https://doi.org/10.21723/riaee.v15iesp3.14455

Palavras-chave:

Educação, Saberes, Tradição oral, Embelêcos

Resumo

Esse texto apresenta a brincança dos Embelêcos de Moita Bonita-SE como uma prática cultural que, na perspectiva dos brincantes, é subversiva e revolucionária. Inspiradas pela perspectiva do conhecimento pós-colonial que nos possibilita compreender que os subalternos só poderão falar quando falarem em sua própria língua, com seus sistemas explicativos, em sua própria cultura, propomos pensar sobre o impacto da invisibilização sistemática e naturalizada pelo colonialismo acadêmico em relação aos saberes da tradição oral. Para tanto, procedemos pela escuta profunda das narrativas dos mestres griôs. Estes, ao dizer o não-dito, provocam um descentramento da cultura tida de referência, produzindo efeitos epistemológicos de consequências políticas; portanto, um espaço de enunciação da voz dos subalternos e um lugar de resistência política.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Lindiane de Santana, Universidade Federal de Sergipe (UFS), São Cristóvão – SE

Doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Educação da UFS. Bolsista da Coordenação de Aperfeiçoamento Pessoal de Nível Superior – (CAPES).

Marizete Lucini, Universidade Federal de Sergipe (UFS), São Cristóvão – SE

Professora Adjunta do Departamento de Educação e Docente Permanente do Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGED/UFS). Doutora em Educação pelo Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP).

Referências

ALVES, Adriana Célia; ROCHA, Nildicéia Aparecida. Diálogos (inter) culturais em educação e línguas: conceitos e discussões. Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 14, n. 4, p. 2318-2332, out./dez. 2019. e-ISSN: 1982-5587. DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v14i4.12193

ANDRADE, Adilson. Fotografias dos Embelêcos. 4 fotografias. Acervo pessoal do fotógrafo. 2016/2017/2019.

ANDRADE, Silvia Márcia. Embelêcos na mercedinha. 2015. 1 fotografias. Disponível em: https://www.facebook.com/photo.php?fbid=10206803187666370&set=t.1847010351&type=3&theater. Acesso em: 06 de jul. de 2019.

APRENDIZ GRIÔ ROBERTO. Escrevivências. Anotações de conversa informal. Em Moita Bonita – SE, 28 de jun. de 2019.

ANZALDÚA, Gloria. Falando em línguas: uma carta para as mulheres escritoras do terceiro mundo. Revista Estudos Feministas, v. 8, n.1. Santa Catarina. p. 229-236, 2000.

BRANDÃO, Carlos Rodrigues. O que é educação. São Paulo: Brasiliense, 2007.

LACOTIZ, Andréa. Análise dos sufixos -ança/-ença, -ância/-ência na obra do simbolista João da Cruz e Souza. Estudos linguísticos XXXV, p.320-329, 2006.

LIMA, Mestre Alcides de; COSTA, Ana Carolina Francischette da. Dos gritos aos Griôs: a importância da oralidade para as tradições de matrizes africanas e indígenas no Brasil. Revista DIVERSITAS, ano 2, n. 3. (set. 2014/mar. 2015). São Paulo: DIVERSITAS/FFLCH/USP. p. 216-245, 2014.

MESTRE PEDRO. Escrevivências 1. Anotações de conversas informais tidas com o Mestre Griô Pedro. Povoado Capunga, Moita Bonita – SE. 29 de jun. de 2019.

MUNSBERG, João Alberto Steffen; FERREIRA DA SILVA, Gilberto. Interculturalidade na perspectiva da descolonialidade: possibilidades via educação. Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 13, n. 1, p. 140-154, jan./mar., 2018. E-ISSN: 1982-5587.

PACHECO, Eduardo Felipe Hennerich; EYNG, Ana Maria. A educação intercultural como possibilidade em processos decoloniais na garantia dos direitos da infância. Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 15, n. 1, p. 110-124, jan./mar. 2020. e-ISSN: 1982-5587. DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v15i1.12370

PACHECO, Líllian. Dossiê Pedagogia Griô: Escritas Griô. Revista DIVERSITAS, ano 2, n. 3. (set. 2014/mar. 2015). São Paulo: DIVERSITAS/FFLCH/USP. p. 22-99, 2014.

PACHECO, Líllian. Rituais de vínculo e aprendizagem: aula espetáculo e Trilha Griô. Apostilha. 2017.

PEREIRA, Luciana de Araújo. Nas trilhas de uma comunidade quilombola: tradição, oralidade, memória coletiva e identidade. Dissertação (Mestrado em Estudos Linguísticos) – Universidade Estadual de Feira de Santana. Feira de Santana – BA, 2014.

POLLACK, Michael. Memória, esquecimento, silêncio. Estudos Históricos. Rio de Janeiro, vol. 2, n. 3, p. 3-15, 1989.

QUIJANO, Anibal. Colonialidad del poder, eurocentrismo y América Latina. In: Lander, Edgardo (Comp.). La colonialidad del saber: eurocentrismo y ciencias sociales. Perspectivas Latinoamericanas. Jul. 2000, Buenos Aires: Consejo Latinoamericano de Ciencias Sociales (Clacso).

RODRIGUES, Priscila; LEITE NUNES, Arlene. Brincar: um olhar gestáltico. Revista de abordagem Gestáltica: phenomenological studies, vol. XVI, n. 2. Goiânia: Instituto de treinamento e pesquisa em Gestalt terapia de Goiânia, p. 189-198, dez. 2010. Disponível em: https://www.redalyc.org/pdf/3577/357735614009.pdf. Acesso em: 22 dez. 2019.

SANTOS, Antônio Bispo. Colonização, quilombos: Modos e Significações. 2 ed. Brasília: Ayô, 2019.

SILVA, Paulo de Tássio Borges da Silva. Diferença, interculturalidade e autossustentação na educação escolar indígena Pataxó. Revista Tempos e Espaços em Educação, n. 9. São Cristóvão: Editora UFS. p. 101-112, jul./dez., 2012. ISSN: 1983-6597.

SIMAS, Luiz Antônio; RUFINO, Luiz. Encantamento: sobre política de vida. Mórula Editorial. 2020.

SPIVAK, Gayatri Chakravorty. Pode o subalterno falar? Belo Horizonte: Editora UFMG, 2010.

Publicado

30/10/2020

Como Citar

SANTANA, L. de; LUCINI, M. A brincança dos Embelêcos: vozes políticas e epistemológicas dos subalternos. Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 15, n. esp3, p. 2521–2537, 2020. DOI: 10.21723/riaee.v15iesp3.14455. Disponível em: https://periodicos.fclar.unesp.br/iberoamericana/article/view/14455. Acesso em: 22 nov. 2024.