A brincança dos Embelêcos: vozes políticas e epistemológicas dos subalternos

Autores

DOI:

https://doi.org/10.21723/riaee.v15iesp3.14455

Palavras-chave:

Educação, Saberes, Tradição oral, Embelêcos

Resumo

Esse texto apresenta a brincança dos Embelêcos de Moita Bonita-SE como uma prática cultural que, na perspectiva dos brincantes, é subversiva e revolucionária. Inspiradas pela perspectiva do conhecimento pós-colonial que nos possibilita compreender que os subalternos só poderão falar quando falarem em sua própria língua, com seus sistemas explicativos, em sua própria cultura, propomos pensar sobre o impacto da invisibilização sistemática e naturalizada pelo colonialismo acadêmico em relação aos saberes da tradição oral. Para tanto, procedemos pela escuta profunda das narrativas dos mestres griôs. Estes, ao dizer o não-dito, provocam um descentramento da cultura tida de referência, produzindo efeitos epistemológicos de consequências políticas; portanto, um espaço de enunciação da voz dos subalternos e um lugar de resistência política.

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Biografia do Autor

Lindiane de Santana, Universidade Federal de Sergipe (UFS), São Cristóvão – SE

Doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Educação da UFS. Bolsista da Coordenação de Aperfeiçoamento Pessoal de Nível Superior – (CAPES).

Marizete Lucini, Universidade Federal de Sergipe (UFS), São Cristóvão – SE

Professora Adjunta do Departamento de Educação e Docente Permanente do Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGED/UFS). Doutora em Educação pelo Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP).

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Publicado

30/10/2020

Como Citar

SANTANA, L. de; LUCINI, M. A brincança dos Embelêcos: vozes políticas e epistemológicas dos subalternos. Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 15, n. esp3, p. 2521–2537, 2020. DOI: 10.21723/riaee.v15iesp3.14455. Disponível em: https://periodicos.fclar.unesp.br/iberoamericana/article/view/14455. Acesso em: 12 nov. 2024.