A escola e o Ensino Fundamental I, frente às dificuldades de aprendizagem: aspectos para uma pauta de discussões sobre a (des)medicalização da educação e o êxito do(a)s escolares
DOI:
https://doi.org/10.21723/riaee.v15iesp5.14568Palavras-chave:
Educação, Ensino Fundamental I, (Des)medicalização da Educação, Essencialidade da ação docente, Dificuldades de aprendizagemResumo
Neste artigo, exploramos aspectos sobre o papel da escola e o ensino de escolares, diante das dificuldades de aprendizagem apresentadas durante o Ensino Fundamental I (1º ao 5º ano) e que dizem respeito ao necessário distanciamento de diagnósticos que têm levado à medicalização da Educação. Focamos atenção em teorizações que ressaltam a importância do ensino intencional, da ação-reflexão-ação docente. Apresentamos aquilo que é própria da equipe escolar, as intervenções pedagógicas, em lugares diversos do espaço escolar com vistas a atender necessidades de aprendizagem apresentadas pelas crianças, sobretudo, aquelas com dificuldades na realização das atividades. Para tanto, priorizamos apresentar resultados de intervenções pedagógicas mediante a “aula passeio”. O público-alvo de nossa intervenção foram escolas de Ensino Fundamental I (1º ao 5º ano). A aula passeio, inspirada no pensamento de Freinet, permitiu-nos ensejar possibilidades outras para que as crianças reconhecessem e sistematizassem, com ajuda do(a) parceiro(a) mais experiente, as atividades propostas, principalmente aquelas favorecedoras do exercício cognitivo da leitura e da escrita pelas crianças consideradas com dificuldades de aprendizagens. Indistintamente, todas as crianças evidenciaram suas apropriações, mostrando-se exitosas em todas as atividades. Assim, consideramos que os educadores e demais sujeitos da comunidade escolar, especialmente, os familiares, não devem tratar equivocadamente as dificuldades de aprendizagem como distúrbios psicológicos ou psiquiátricos, recorrendo a diagnósticos que levam à medicalização do(a)s escolares, portanto, da Educação, e distanciam a escola e seus professores e professoras da essencialidade da ação docente que é didático-pedagógica.
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