Didática da literatura: problematização de uma tendência em vias de hegemonização
DOI:
https://doi.org/10.21723/riaee.v16iesp.3.15304Palavras-chave:
Estratégias de leitura, Base Nacional Comum Curricular (documentos oficiais), Leitura, Materialismo histórico e dialético, Didática da literaturaResumo
À luz da epistemologia materialista histórica, investigamos como as chamadas “Estratégias de Leitura” têm sido apresentadas e utilizadas em pesquisas científicas e em documentos oficiais concernentes à interface educação e literatura; demonstramos, com base em análises de dados objetivos, que, ao longo de mais de uma década, ela vem se ampliando e encontra-se em construção de hegemonia. Buscamos compreender tal processo, instituindo, como marco decisivo, sua chegada aos documentos oficiais (que, no caso concreto em estudo, orientam o processo de educação escolar a partir de uma base nacional curricular, comum às redes públicas e privadas). Em seguida, problematizamos a incorporação das “Estratégias de Leitura” no texto da Base Nacional Comum Curricular; nas conclusões, apontamos que, para resolver os problemas do ensino de leitura no Brasil, e particularmente do ensino de leitura literária, o trabalho pedagógico orientado pela “internalização e automatização” de estratégias (meta)cognitivas de leitura precisa ser superado.
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