Reflexões sobre os atendimentos aos pais no âmbito da educação inclusiva
DOI:
https://doi.org/10.21723/riaee.v18i00.17141Palavras-chave:
Inclusão, Educação precoce, Psicanálise, Escuta, ParentalidadeResumo
O presente artigo tem por objetivo refletir sobre o acolhimento aos pais na Educação Inclusiva. Realizou-se um estudo de caso de uma criança com síndrome de Down, participante do Programa de Educação Precoce do Distrito Federal, no qual se detecta a importância da escuta dos processos subjetivos das crianças e de suas famílias, com ênfase na dinâmica parental, ante o encontro com a deficiência. Conclui-se que os professores tendem a se apropriar de conhecimentos da área de saúde, adotando uma concepção de desenvolvimento infantil padronizada e focada em diagnósticos e prognósticos das deficiências. Assim, os professores colocam-se em uma posição hierárquica de especialistas que orientam os pais. Essa estratégia mostra-se limitada, uma vez que os processos de desenvolvimento se articulam com a dimensão subjetiva da criança e do seu campo parental. Articulação, portanto, que demanda escuta e atenção, não podendo ser desconsiderada, pois é fundamental para contribuir com os processos de inclusão escolar.
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