O ingresso de mulheres nas universidades no Brasil (1940-1980)

Autores

DOI:

https://doi.org/10.21723/riaee.v18i00.18047

Palavras-chave:

História da Educação, Ensino Superior, Mulheres, Brasil, Recenseamento Geral

Resumo

O estudo teve por objetivo investigar como ocorreu o ingresso das mulheres nas instituições de Ensino Superior, no Brasil, no período compreendido entre 1940 e 1980. O período estudado coincide com a maior inserção das mulheres no mercado de trabalho e, em decorrência disso, da necessidade de preparo profissional. O recorte histórico estipulado abrange um período de quarenta anos e considera os dados disponibilizados pelos Recenseamentos Gerais dos anos de 1940 a 1980, no intuito de identificar a composição do quadro de discentes e docentes e os cursos mais frequentados por mulheres. A pesquisa tem caráter bibliográfico e documental. Os resultados evidenciaram que o ingresso de mulheres, como discentes ou docentes, no Ensino Superior, ocorreu de forma gradativa, sendo pouco observado nos censos de 1940 e 1950, vindo a crescer em 1960 e 1970 e, por fim, a quase igualar-se ao número de homens em 1980.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Alexandra Ferreira Martins Ribeiro, Pontifícia Universidade Católica do Paraná

Doutorado em Educação.

Alboni Marisa Dudeque Pianovski Vieira, Pontifícia Universidade Católica do Paraná

Professora do Programa de Pós-Graduação em Educação. Editora da Revista Diálogo Educacional (PUCPR). Doutorado em Educação (PUCPR).

Referências

ALMEIDA, J. S. Professoras virtuosas; mães educadas: retratos de mulheres nos tempos da república brasileira (séculos XIX/XX). Revista HISTEDBR On-line, Campinas, v. 11, n. 42, p. 143-156, jun. 2011. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/histedbr/article/view/8639871. Acesso em: 22 fev. 2023.

AUDI, A. G.; CORTELA, B. S. C. A presença feminina na formação de docentes para o Ensino Superior: o perfil formativo de um curso de Pós-graduação em educação para a Ciência. Revista de Iniciação à Docência, Bahia, v. 5, n. 1, p. 56-69, maio 2020. Disponível em: https://periodicos2.uesb.br/index.php/rid/article/view/6808/4792. Acesso em: 22 fev. 2023.

BRASIL. Lei de 15 de outubro de 1827. Manda crear escolas de primeiras letras em todas as cidades, villas e logares mais populosos do Império. Rio de Janeiro: Dom Pedro, 1827. Disponível em: https://www2.camara.leg.br/legin/fed/lei_sn/1824-1899/lei-38398-15-outubro-1827-566692-publicacaooriginal-90222-pl.html. Acesso em: 22 fev. 2023.

BRASIL. Decreto n. 7.247, de 19 de abril de 1879. Reforma do Ensino Primário e Secundário do Município da Corte e o Superior em todo o Império. Rio de Janeiro: Dom Pedro, 1879. Disponível em: https://www2.camara.leg.br/legin/fed/decret/1824-1899/decreto-7247-19-abril-1879-547933-publicacaooriginal-62862-pe.html. Acesso em: 22 fev. 2023.

BRASIL. Decreto n. 19.850, de 11 de abril de 1931. Dispõe que, o ensino superior no Brasil obedecerá [...]. Rio de Janeiro: Chefe do Governo Provisório da República dos Estados Unidos do Brasil, 1931. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/1930-1949/d19851.htm. Acesso em: 20 abr. 2022.

BRASIL. Lei n. 1.254, de 4 de dezembro de 1950. Dispõe sobre o Sistema Federal de Ensino Superior. Rio de janeiro: Presidência da República, 1950. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/1950-1969/L1254.htm. Acesso em: 10 mar. 2022.

BRASIL. Lei n. 5.540, de 28 de novembro de 1968. Fixa normas de organização e funcionamento do ensino superior e sua articulação com a escola média, e dá outras providências. Brasília, DF: Presidência da República, 1968. Disponível em: https://www2.camara.leg.br/legin/fed/lei/1960-1969/lei-5540-28-novembro-1968-359201-publicacaooriginal-1-pl.html. Acesso em: 22 fev. 2023.

CUNHA, L. A. A universidade reformada: o golpe de 1964 e a modernização do ensino superior. São Paulo: UNESP, 2007.

CUNHA, L. A. O Ensino Superior e Universidades no Brasil. In: LOPES, E. M. T.; FARIA FILHO, L. M.; VEIGA, C. G. (org.). 500 anos de educação no Brasil. 3. ed. Minas Gerais: Autentica, 2016.

FÁVERO, M. L. A. Universidade do Brasil: das origens à construção. Rio de Janeiro: Editora UFRJ, 2010.

FLICK, U. Introdução à pesquisa qualitativa. Tradução: Joice Elias Costa. 3. ed. Porto Alegre, RS: Artmed, 2009.

GANZ, A. M. Vivências e falas: trabalho feminino em Curitiba, 1925-1945. 1994. 172 f. Dissertação (Mestrado em História) – Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 1994.

GLASER, N. Z. R. R. Educação na história da UFPR: apontamentos para uma minuta cronológica. Educar em Revista, v. 7, p. 13-58, dez. 1988. Disponível em: https://www.scielo.br/j/er/a/pFSJg3H7Kp3tNGdLkWFNPDv/?lang=pt. Acesso em: 22 out. 2022.

GUEDES, M. C. A presença feminina nos cursos universitários e nas pós-graduações: desconstruindo a ideia da universidade como espaço masculino. História, Ciências, Saúde – Manguinhos, Rio de Janeiro, v. 15, suplemento, p. 117-132, jun. 2008. Disponível em: https://www.scielo.br/j/hcsm/a/tPvR4dWz5GzGCgn4c6GCZHp/?lang=pt. Acesso em: 20 nov. 2022.

HAHNER, J. E. Escolas mistas, escolas normais: a coeducação e a feminização do magistério no século XIX. Revista Estudos Feministas, Florianópolis, v. 19, n. 2, p. 467-474, ago. 2011. Disponível em: https://www.scielo.br/j/ref/a/JMnCZPDYwLMHfDMD94HfWyC/?lang=pt. Acesso em: 20 mar. 2022.

IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Censo demográfico: 1950. Rio de Janeiro: IBGE, 1950. Disponível em: https://biblioteca.ibge.gov.br/?view=detalhes&id=767. Acesso em: 28 mar. 2022.

IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Censo demográfico: 1960. Rio de Janeiro: IBGE, 1960. Disponível em: https://biblioteca.ibge.gov.br/index.php/bibliotecacatalogo?id=768&view=detalhes. Acesso em: 28 mar. 2022.

IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Censo demográfico: 1970. Rio de Janeiro: IBGE, 1970. Disponível em: https://biblioteca.ibge.gov.br/biblioteca-catalogo.html?id=769&view=detalhes. Acesso em: 28 mar. 2022.

IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Censo demográfico 1980: dados gerais, migração, instrução, fecundidade, mortalidade. Rio de Janeiro: IBGE, 1980. Disponível em: https://biblioteca.ibge.gov.br/index.php/bibliotecacatalogo?view=detalhes&id=772. Acesso em: 28 mar. 2022.

IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Recenseamento geral do Brasil 1940: censo demográfico. Rio de Janeiro: IBGE, 1940. Disponível em: https://biblioteca.ibge.gov.br/index.php/biblioteca-catalogo?id=765&view=detalhes. Acesso em: 28 mar. 2022.

LOURO, G. L. Mulheres na sala de aula. In: DEL PRIORE, M. (org.). História das mulheres no Brasil. 7. ed. São Paulo: Contexto, 2004.

MARTINS, C. B. A reforma universitária de 1968 e a abertura para o ensino superior privado no Brasil. Educação & Sociedade, Campinas, v. 30, n. 106, p. 15-35, jan./abr. 2009. Disponível em: https://www.scielo.br/j/es/a/RKsKcwfYc6QVFBHy4nvJzHt/?lang=pt. Acesso em: 20 nov. 2022.

MATOS, M. I.; BORELLI, A. Espaço feminino no mercado produtivo. In: PINSKY, C. B.; PEDRO, J. M. (org.). Nova história das mulheres no Brasil. São Paulo: Contexto, 2016.

PINSKY, C. B. Imagens e representações 1: a era dos modelos rígidos. In: PINSKY, C. B.; PEDRO, J. M. (org.). Nova história das mulheres no Brasil. São Paulo: Contexto, 2016a.

PINSKY, C. B. Imagens e representações 2: a era dos modelos flexíveis. In: PINSKY, C. B.; PEDRO, J. M. (org.). Nova história das mulheres no Brasil. São Paulo: Contexto, 2016b.

QUEIROZ, D. M.; SANTOS, C. M. As mulheres negras e o acesso à educação superior. Revista da FAEEBA. Educação e Contemporaneidade, Bahia, v. 25, n. 45, p. 71-87, abr. 2016. Disponível em: https://www.revistas.uneb.br/index.php/faeeba/article/view/2286/1592. Acesso em: 10 fev. 2023.

RIBEIRO, A. F. M. Análise dos censos Brasil - Educação (1940-1980). Zenodo, 2023a. Disponível em: https://zenodo.org/record/7948306. Acesso em: 12 ago. 2023.

RIBEIRO, A. F. M. Tensões entre o permitido e o conquistado: trajetória de professoras do Setor de Educação da Universidade Federal do Paraná (1950-1973). 2023b. 239 f. Tese (Doutorado em Educação) – Programa de Pós-graduação em Educação, Pontifícia Universidade Católica do Paraná, Curitiba, 2023b.

ROMANELLI, O. O. História da Educação no Brasil. 40. ed. Rio de Janeiro: Vozes, 2017.

ROSEMBERG, F. Mulheres educadoras e a educação de mulheres. In: PINSKY, C. B.; PEDRO, J. M. (org.). Nova história das mulheres no Brasil. 2. reimpr. São Paulo: Contexto, 2016.

SANTOS, A. P. S.; COSTA, M. L. F. O avanço feminino na educação superior brasileira: perspectivas de gênero, raça e classe. Revista Brasileira da Educação Profissional e Tecnológica, v. 2, n. 21, e12657, 2021. Disponível em: https://www2.ifrn.edu.br/ojs/index.php/RBEPT/article/view/12657. Acesso em: 2 mar. 2023.

SHIROMA, E. O.; MORAES, M. C. M.; EVANGELISTA, O. Política Educacional. Rio de Janeiro: Lamparina, 2011.

SUCUPIRA, N. O Ato Adicional de 1834 e a descentralização da educação. In: FÁVERO, O. (org.). A educação nas constituintes brasileiras 1823-1988. São Paulo: Autores Associados, 1996.

WACHOWICZ, R. C. Universidade do Mate: história da UFPR. Curitiba, PR: Editora UFPR, 2006.

WARDE, M. J.; ROCHA, A. C. S. M. Onde estavam as mulheres? O Ensino Superior nos Estados Unidos entre os séculos XIX e XX. Educação Unisinos, v. 23, n. 1, p. 68-86, jan./mar. 2019. Disponível em: http://revistas.unisinos.br/index.php/educacao/article/view/edu.2019.231.05. Acesso em: 24 fev. 2023.

Publicado

26/10/2023

Como Citar

RIBEIRO, A. F. M.; VIEIRA, A. M. D. P. O ingresso de mulheres nas universidades no Brasil (1940-1980). Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 18, n. 00, p. e023100, 2023. DOI: 10.21723/riaee.v18i00.18047. Disponível em: https://periodicos.fclar.unesp.br/iberoamericana/article/view/18047. Acesso em: 28 abr. 2024.

Edição

Seção

Artigos teóricos