Formação continuada de professores indígenas na Amazônia Mato-grossense: nexos de luta
Palavras-chave:
educação indígena, formação continuada, autonomia, interculturalidadeResumo
A colonialidade epistémica promove o apagamento das resistências e lutas dos povos e comunidades originárias. No entanto, o movimento indígena garante na educação escolar as formas próprias de ensinar e produzir conhecimentos interculturais a partir dos etnosaberes contextualizados histórica e territorialmente. Na pesquisa-formação-ação com professores indígenas do Projeto Ação Saberes Indígenas na Escola, problematizamos a formação continuada e reconhecemos as reexistências que dão visibilidade aos processos próprios de produzir os materiais pedagógicos/didáticos interculturais. A análise e discussão dos dados de campo coletados se ancoram à escuta sensível na perspectiva freiriana a fim de apresentar as potencialidades dos protagonismos, autorias e autonomias indígenas. Os livros didáticos pelas “formações-ações-interculturais”, decolonizam epistemologias e expressam resistências aos processos de apagamento das línguas e culturas dos povos originários nas escolas indígenas de Mato Grosso.
https://doi.org/10.21723/riaee.v19i00.1949601
Downloads
Referências
AZINARI, A. P. S. Interculturalidade e o desenvolvimento profissional docente no contexto das diferenças culturais. Revista da Faculdade de Educação, Cáceres, v. 38, n. 2, p. 59-74, 2022.
BANIWA, G. Educação escolar indígena no século XXI: encantos e desencantos. Rio de Janeiro: Mórula, Laced, 2019.
BARBIER, R. A escuta sensível na abordagem transversal. In: BARBOSA, J. (coord.). Multirreferencialidade nas ciências e na educação. São Carlos: EdUFSCar, 1998. p. 168-199.
BARBIER, R. A pesquisa-ação. Tradução Lucie Didio. Brasília: Liber Livro Editora, 2007.
BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – N.9394/1996. 5. ed. Brasília: Senado Federal, Coordenação de Edições Técnicas, 2021.
BRASIL. Ministério da Educação. 2022. Formação inicial terá projetos elaborados por 28 instituições. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/component/tags/tag/pibid-diversidade. Acesso em: 2 abr. 2022.
BRASIL. [Constituição (1988)]. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Presidência da República, 2016.
FERREIRA, W. A. A.; ZITKOSKI, J. J. Educação escolar indígena na perspectiva da educação popular: em defesa da Pedagogia Cosmo-Antropológica. REMEA, Rio Grande, v. 34, n. 3, p. 4-20, 2017. DOI: http://doi.org/10.14295/remea.v34i3.7338.
FERREIRA, W. A. A.; ZOIA, A.; GRANDO, B. S. Aprendizagens dos saberes indígenas na escola: desafios para a formação de professores/as indígenas. Arquivos Analíticos de Políticas Educativas, Arizona, v. 28, n. 165, p. 1-21, 2020. https://doi.org/10.14507/epaa.28.4790. Dossiê especial, Educação e Povos Indígenas - Identidades em Construção e Reconstrução, editado por Juliane Sachser Angnes e Kaizo Iwakami Beltrão. Disponível: https://epaa.asu.edu/index.php/epaa/article/view/4790. Acesso em: 2 abr. 2022.
FLEURI, R. M. Desafios à educação Intercultural no Brasil. In: FLEURI, R. M. (org.). Intercultura: estudos emergentes. Ijuí: Unijuí, 2001. v. 1, p. 128-150
FREIRE, P. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 29. ed. São Paulo: Paz e Terra, 2004.
FREIRE, P. Pedagogia da Indignação: cartas pedagógicas e outros escritos. São Paulo: Ed. Unesp, 2000.
FREIRE, P. Pedagogia do oprimido. 42. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2005.
FREIRE, P. Política e educação. 5. ed. São Paulo: Cortez, 2001.
FREIRE, P.; FAUNDEZ, A. Por uma Pedagogia da Pergunta. Rio e Janeiro: Paz e Terra, 1985.
GRANDO, B. S. A formação-ação-intercultural em Cuiabá: processos interculturais de educação que reconhecem a história e ancestralidade da cultura nos 300 anos de ocupação em território bororo. In: GRANDO, B. S. et al. História e Cultura do Povo Bororo em Cuiabá-MT: contribuições para a implementação da lei 11.645/08. Cuiabá: Carlini e Caniato Ed., 2019. p. 16-29.
GRANDO, B. S.; STROHER, J.; CAMPOS, N. S. Por Que Estudar a História e Cultura Indígena nas Escolas? Contribuições da formação-ação-intercultural do Coeduc em Mato Grosso. Educazione Aperta, Rivista di Pedagogia Critica, Bari, v. 7, p. 223-241, 2020.
KUSCH, R. Obras completas. Santa Fé, Argentina: Editorial Fundación Ross, 2000. Tomo II. (América profunda y El piensamento indígena y popular en América).
MARIN, J. Interculturalidade e descolonização do saber: relações entre saber local e saber universal, no contexto da globalização. Visão Global, Joaçaba, v. 12, n. 2, p. 127-154, 2009.
MATO GROSSO. Avaliação das Ações Executivas - CAIEMT/Funai/Prodeagro - Políticas de Apoio às Comunidades Indígenas (Relatório). Cuiabá: Governo de Mato Grosso - Casa Civil, Coordenadoria de Assuntos Indígenas-CAIEMT, 1996. 20 p.
SANTOS, E. Â.; KATO, D. S. Cosmopercepção Indígena: a língua originária como resistência. Revista de Comunicação Científica–RCC, Juara, v. 1, n. 15, p. 22-32, 2024. DOI: https://doi.org/10.30681/rcc.v1i15.12418.
SOARES, K. C. P. C.; GRANDO, B. S.; STROHER, J. Epistemologias do sul e educação intercultural: contribuições da formação-ação-intercultural em Cuiabá-MT. Revista de Educação Pública, Cuiabá, v. 30, p. 1-23, 2021. Disponível em: https://periodicoscientificos.ufmt.br/ojs/index.php/educacaopublica/article/view/12795. Acesso em: 2 abr. 2022. DOI: https://doi.org/10.29286/rep.v30ijan/dez.12795.
STRECK D. R., REDIN, E. R.; ZITKOSKI, J. J. (org.) Dicionário Paulo Freire. 2. ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2010.
VIVEIRO DE CASTRO, E. A inconstância da alma selvagem - e outros ensaios de antropologia. São Paulo: Cosac & Naify, 2011.
WALSH, C. Memorias del Seminario Internacional “Diversidad, interculturalidad y construcción de ciudad”. Bogotá: Universidad Pedagógica, 2007.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2024 Waldinéia Antunes de Alcântara Ferreira, Beleni Salete Grando

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Manuscritos aceitos e publicados são de propriedade dos autores com gestão da Ibero-American Journal of Studies in Education. É proibida a submissão total ou parcial do manuscrito a qualquer outro periódico. A responsabilidade pelo conteúdo dos artigos é exclusiva dos autores. A tradução para outro idioma é proibida sem a permissão por escrito do Editor ouvido pelo Comitê Editorial Científico.