Complexidades de marcas coloniais e decoloniais em uma escola Xavante

Autores

  • Marina da Costa Azevedo Programa de Pós-Graduação em Educação, Faculdade de Educação e Linguagem, Campus Jane Vanine, Universidade do Estado de Mato Grosso. https://orcid.org/0000-0002-8363-701X
  • Alceu Zoia Programa de Pós-Graduação em Educação, Faculdade de Educação e Linguagem, Campus Jane Vanine, Universidade do Estado de Mato Grosso. https://orcid.org/0000-0002-0512-9511
  • Michele de Arruda Vasconcelos Moura Programa de Pós-Graduação em Educação, Faculdade de Educação e Linguagem, Campus Jane Vanine, Universidade do Estado de Mato Grosso. https://orcid.org/0009-0007-2286-9857

Palavras-chave:

Escola Indígena, Projeto Político Pedagógico, Currículo, Povo Xavante

Resumo

Pretendemos, com este texto, realizar uma análise do Projeto Político Pedagógico (PPP) da Escola Municipal Indígena (EMI) Santa Clara com o intuito de compreender como o currículo instituído nesta está estruturado. Para o desenvolvimento do estudo, amparamo-nos em uma metodologia qualitativa, com procedimento de pesquisa bibliográfica e de campo. Com a pesquisa foi possível compreender que a escola não é um ambiente estático, e a escola indígena é um cenário em constante mutação, influenciado pelos movimentos sociais, políticos e culturais que a circundam. Sua evolução ocorre paralelamente à transformação da sociedade, refletindo as mudanças de paradigmas, valores e aspirações dos diversos atores envolvidos no processo educacional. Neste sentido, acreditamos ser a escola indígena um espaço onde o acesso ao universo cultural é possibilitado/ampliado, para que, tomando consciência deste, as crianças e os jovens possam, posteriormente, estabelecer relações com os “mundos”. Deste modo, serão mantidas e fortalecidas as relações com a sua cultura, conhecendo-se e explorando-se culturas envoltas e exercendo o seu protagonismo.

https://doi.org/10.21723/riaee.v19i00.1949801

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Biografia do Autor

Marina da Costa Azevedo, Programa de Pós-Graduação em Educação, Faculdade de Educação e Linguagem, Campus Jane Vanine, Universidade do Estado de Mato Grosso.

Possui graduação em Educação Física pela Universidade Federal de Goiás/ UFG. É especialista em educação física escolar e transtornos globais do desenvolvimento. Mestrado em Educação pela Universidade do Estado de Mato Grosso/ UNEMAT. É professora efetiva na rede municipal de educação de Campinápolis/MT no ensino fundamental II.

Alceu Zoia, Programa de Pós-Graduação em Educação, Faculdade de Educação e Linguagem, Campus Jane Vanine, Universidade do Estado de Mato Grosso.

Possui graduação em Filosofia pela Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul/ UNIJUÍ. Mestrado em Educação pela Universidade Federal de Mato Grosso/UFMT. Doutorado em Educação pela Universidade Federal de Goiás/UFG. Pós-Doutorado em Educação pela Universidade Federal do Paraná/UFPR. É professor adjunto da Universidade do Estado de Mato Grosso, atuando em diversos cursos, professor do Programa de Pós-Graduação - PPGEDU/UNEMAT. Professor permanente do PPGECII - Programa de Pós-Graduação em Contexto Intercultural Indígena. Editor da Revista da Faculdade de Educação e Membro do Corpo Editorial da Revista Educação, Cultura e Sociedade e da revista Eventos Pedagógicos. Faz parte da Rede de Pesquisa Ação Saberes Indígenas na Escola (ASIE), da Rede Internacional de Pesquisadores sobre Povos Originários e Comunidades Tradicionais (RedeCT) e da Rede Latino Americana de Diálogos Decoloniais e Interculturais (Reyala).

Michele de Arruda Vasconcelos Moura, Programa de Pós-Graduação em Educação, Faculdade de Educação e Linguagem, Campus Jane Vanine, Universidade do Estado de Mato Grosso.

Possui graduação em Pedagogia pelo Centro Universitário da Grande Dourados/UNIGRAN. Especialista em Educação Especial pela Faculdades Integradas do Vale do Ivaí/UNIVALE. Mestrado em Educação pela Universidade do Estado do Mato Grosso/UNEMAT. É professora efetiva na rede municipal de educação de Peixoto de Azevedo/MT.

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Publicado

30/12/2024

Como Citar

AZEVEDO, M. da C.; ZOIA, A.; MOURA, M. de A. V. Complexidades de marcas coloniais e decoloniais em uma escola Xavante. Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 19, n. esp.3, p. e19498, 2024. Disponível em: https://periodicos.fclar.unesp.br/iberoamericana/article/view/19498. Acesso em: 14 jan. 2025.