Narrativas de apenados sobre o início da vida escolar

Autores

DOI:

https://doi.org/10.21723/riaee.v16i1.14064

Palavras-chave:

Direito à educação, Escolarização inicial, Apenados brasileiros, Justiça social

Resumo

O presente artigo demonstra a dificuldade de concretização das políticas públicas educacionais brasileiras após a aprovação da Constituição de 1988 e da Lei de Diretrizes e Bases de 1996. A narrativa de sete homens sentenciados por processos criminais, com idades inferiores a 29 anos, sobre o início de suas vidas escolares ilustra aspectos concretos da ausência do poder público no atendimento das famílias de classes sociais menos favorecidas economicamente. Os dados foram recolhidos de uma tese de doutorado realizada pela primeira autora no Programa de Pós-graduação em Educação da PUC-MG. O conjunto de entrevistas semiestruturadas foi analisado buscando os indicadores da concretização dos objetivos da República e da Educação Nacional. Observou-se a exclusão educacional articulada ao conjunto de mecanismos responsáveis pela promoção da justiça social e a fragilidade da conquista dos direitos do indivíduo por um processo de inclusão excludente dos direitos sociais.

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Biografia do Autor

Luciane Maria Ribeiro da Cruz Santos, Secretaria Municipal de Educação (SME), Itabira – MG

Professora de Séries Finais. Doutorado em Educação (PUC-MG).

Carlos Roberto Jamil Cury, Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC-MG), Belo Horizonte – MG

Professor Adjunto no Programa de Pós-graduação em Educação. Doutorado em Educação (PUC-SP).

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Publicado

02/01/2021

Como Citar

SANTOS, L. M. R. da C.; CURY, C. R. J. Narrativas de apenados sobre o início da vida escolar. Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 16, n. 1, p. 258–275, 2021. DOI: 10.21723/riaee.v16i1.14064. Disponível em: https://periodicos.fclar.unesp.br/iberoamericana/article/view/14064. Acesso em: 28 mar. 2024.

Edição

Seção

Artigos teóricos