Violências curriculares

A (in)visibilidade do corpo LGBTQIA+ na formação médica

Autores

DOI:

https://doi.org/10.21723/riaee.v18i00.17818

Palavras-chave:

Currículo, Formação médica, Gênero, Sexualidade, LGBTQIA

Resumo

O presente estudo se insere nas discussões sobre formação médica, e de modo específico, sobre currículo médico e as dimensões de corpo, gênero e sexualidade. Da conexão entre esses temas, o presente trabalho objetivou analisar como o corpo, gênero e sexualidade são acionados no Projeto Político Pedagógico (PPC) do curso de medicina da Unidade Acadêmica de Ciências da Vida — UACV/CFP/UFCG (Campus de Cajazeiras). Para dar conta dessa proposta de investigação, fundamentamos o referencial teórico-metodológico nos estudos pós-críticos sobre currículo. Tomamos como objeto de análise documental as DCN de 2001 para o curso de graduação em medicina e o PPC do curso em questão. Argumentamos ser múltiplas as formações discursivas — das normativas e diretrizes oficiais, científicas, biológicas/biomédicas, sociais, pedagógicos — que entram em disputa na composição curricular para a abordagem de saberes sobre gênero e sexualidade.

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Biografia do Autor

Fabíola Jundurian Bolonha, Universidade Federal de Campina Grande

Professora Adjunta da Unidade Acadêmica de Ciências da Vida.

Aldo Gonçalves de Oliveira, Universidade Federal de Campina Grande

Professor Adjunto da Unidade Acadêmica de Geografia.

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Publicado

01/01/2023

Como Citar

BOLONHA, F. J.; OLIVEIRA, A. G. de. Violências curriculares: A (in)visibilidade do corpo LGBTQIA+ na formação médica . Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 18, n. 00, p. e023014, 2023. DOI: 10.21723/riaee.v18i00.17818. Disponível em: https://periodicos.fclar.unesp.br/iberoamericana/article/view/17818. Acesso em: 25 abr. 2024.

Edição

Seção

Artigos teóricos