Por uma prática discursiva de alfabetização

Explicitando argumentos

Autores

DOI:

https://doi.org/10.21723/riaee.v18iesp.1.18512

Palavras-chave:

Alfabetização, Prática discursiva, Relações de ensino, Perspectiva histórico-cultural

Resumo

O objetivo do presente texto é contribuir para a explicitação de argumentos que sustentam uma prática discursiva de alfabetização. Tomando como material de análise as falas de professoras alfabetizadoras em reuniões de um grupo de estudos, destacamos algumas das observações, indagações e ponderações por elas compartilhadas, relacionadas ao trabalho realizado no cotidiano da escola. Diante da necessidade de encontrar e dar visibilidade a argumentos que justificam e ancoram seus modos de atuação, vamos examinando em conjunto princípios e pressupostos que se evidenciam nos gestos de ensinar. Em diálogo com contribuições de autores como Vygotsky, Bakhtin e Freinet, nos campos do desenvolvimento humano, da linguagem e da educação, buscamos evidenciar, na vivência dessas professoras, concepções, implicações e repercussões de uma teoria incorporada.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Ana Luiza Bustamante Smolka, Universidade Estadual de Campinas

Professora Livre Docente do Departamento de Psicologia Educacional da Faculdade de Educação.

Ana Lúcia Horta Nogueira, Universidade Estadual de Campinas

Professora Livre Docente do Departamento de Psicologia Educacional da Faculdade de Educação.

Daniela Dias dos Anjos, Universidade São Francisco

Doutora em Psicologia Educacional. Professora do Programa de Pós-graduação Stricto-sensu em Educação da Universidade São Francisco.

Referências

ABAURRE, M. B. M. O que revelam os textos espontâneos sobre a representação que faz a criança do objeto escrito? In: KATO, M. A. (org.). A concepção da escrita pela criança. Campinas: Pontes Editores, p. 135-142, 1988.

ABAURRE, M. B. M. Dados da escrita inicial: indícios de construção da hierarquia de constituintes silábicos? In: HERNANDORENA, C. L. M. (org.). Aquisição de Língua Materna e de Língua Estrangeira: Aspectos fonético-fonológicos. Pelotas: ALAB/EDUCAT, 2001. p. 63-85.

ABAURRE, M. B. M. et al. Considerações sobre a utilização de um Paradigma Indiciário na análise de episódios de refacção textual. Trabalhos em Linguística Aplicada, Campinas, v. 25, p. 5-23, 1995. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/tla/article/view/8639237. Acesso em: 26 jul. 2022.

BAKHTIN, M. M. Estética da criação verbal. Tradução por Paulo Bezerra. São Paulo: Martins Fontes, 2003.

CAGLIARI, L. C. Alfabetização & Lingüística. 1.ed. São Paulo: Scipione, 1989.

CAGLIARI, L. C. Alfabetizando sem o bá-be-bi-bo-bu. 1. ed. São Paulo: Scipione, 1998.

CLOT, Y. Trabalho e poder de agir. Rev. bras. Saúde ocup., São Paulo, v. 36, n. 123, 2010. DOI: 10.1590/S0303-76572011000100015. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rbso/a/fxLxGkBNCqhQ8bCHgfPpQCg/. Acesso em: 25 jul. 2022.

CORAIS, M. C. Alfabetização como processo discursivo: princípios teóricos e metodológicos que sustentam uma prática. 2018. Tese. (Doutorado em Educação) – Faculdade de Educação, Universidade Federal Fluminense, Niterói, 2018.

COUDRY, M. I. H. C. O CCAZINHO como lugar de linguagem: fala, leitura e escrita. In: CRUZ, T. C. S. C.; D’OLIVO, F. M. (org.). Linguagem, cognição e ensino: Conceitos e possibilidades. Campinas, SP: ABRALIN, 2021. p. 27-58.

DE OLIVEIRA, B. C. P.; DELMONDES, C. D. S. A proposta pioneira da alfabetização como processo discursivo no Brasil e sua apropriação pelas alfabetizadoras, em Mato Grosso. Revista Brasileira de Alfabetização, [S. l.], v. 1, p. 126-148, 2019. DOI: 10.47249/rba.2019.v1.337. Disponível em: https://revistaabalf.com.br/index.html/index.php/rabalf/article/view/337. Acesso em: 26 jul. 2022.

FRADE, I. C.A. S. “O trabalho com a consciência fonológica pode se tornar um método fônico?” CEALE, 2022. Disponível em: https://www.ceale.fae.ufmg.br/pages/view/o-trabalho-com-a-consciencia-fonologica-pode-se-tornar-um-metodo-fonico.html#:~:text=O%20trabalho%20com%20a%20consci%C3%AAncia%20fonol%C3%B3gica%20n%C3%A3o%20pode%20se%20tornar,prev%C3%AA%20uma%20reflex%C3%A3o%20da%20linguagem.%20Acesso%20em%2025%20de%20julho%20de%202022. Acesso em: 15 jul. 2022.

FRANCHI, C. Criatividade e gramática. São Paulo: SE/CENP, 1991.

FRANCHI, C. Linguagem – Atividade Constitutiva. Cadernos de Estudos Linguísticos, Campinas, v. 22, p.9-39, 1992. DOI: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/cel/article/view/8636893. Acesso em: 15 jul. 2022.

FREINET, C. As técnicas Freinet da Escola Moderna. Lisboa: Estampa, 1975.

GERALDI, J. W. Portos de Passagem. 4. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1997.

GINZBURG, C. Sinais: raízes de um paradigma indiciário. In: Mitos, emblemas e sinais: morfologia e história. 1.ed. São Paulo: Companhia das Letras: 1990.

GONTIJO, C. M. M. Alfabetização: políticas mundiais e movimentos nacionais. Campinas, São Paulo: Autores Associados, 2014.

GOULART, C. M. A.; GARCIA, I. H. M.; CORAIS, M. C. Alfabetização e Discurso: dilemas e caminhos metodológicos. Campinas, SP: Mercado de Letras, 2019.

GOULART, C. M. A. Para início da conversa sobre os processos de alfabetização e de pesquisa. In: GARCIA, I. H.M.; CORAIS, M.C. (org.) Alfabetização e discurso: dilemas e caminhos metodológicos. Campinas, Mercado de Letras, 2019. p. 13-45.

GOULART, C. M. A.; GONÇALVES, A. V. Aspectos semióticos da aprendizagem inicial da escrita. In: GOULART, C. M. A.; WILSON, V. Aprender a escrita, aprender com a Escrita. São Paulo: Summus Editorial, 2013. p. 21-42.

GOULART, C. M. A.; GONTIJO, C. M. M.; FERREIRA, N. S. A. A Alfabetização como processo discursivo: 30 anos de A criança na fase inicial da escrita. São Paulo: Cortez Editora, 2017.

LUCIO, E. O.; OLIVEIRA, B. C. P. Dossiê “Alfabetização, leitura e escrita como processo discursivo na/ para a infância”. Revista Brasileira de Alfabetização, [S. l.], v. 1, n. 9, 2019. DOI: 10.47249/rba.2019.v1.349. Disponível em: https://revistaabalf.com.br/index.html/index.php/rabalf/article/view/349. Acesso em: 25 jul. 2022.

LURIA, A. Curso de Psicologia Geral: Vol I a IV. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1979.

MORTATTI, M. R. L.; FRADE, I. C. A. S. (org.). Alfabetização e seus sentidos: o que sabemos, fazemos e queremos? Marília, SP. Oficina Universitária; São Paulo: Editora Unesp, 2014.

MOUTINHO, I. O método fônico e a consciência fonológica: soluções ou dispositivos de patologização? In: CRUZ, T. C. S. C.; D’OLIVO, F. M. (org.). Linguagem, cognição e ensino: Conceitos e possibilidades. Campinas, SP: Abralin, 2021. p. 253-290.

PREFEITURA MUNICIPAL DE CAMPINAS. Diretrizes Curriculares da Educação Básica para o Ensino Fundamental Anos Iniciais: Um processo Contínuo de Reflexão e Ação. Campinas: SP, 2012. Disponível em: https://www.campinas.sp.gov.br/arquivos/educacao/01_diretrizes_anos_iniciais.pdf. Acesso em: 26 jul. 2022.

SMOLKA, A. L. B. A criança na fase inicial da escrita: a alfabetização como processo discursivo. São Paulo: Cortez, 1988.

SOARES, M. Alfabetização: A questão dos métodos. São Paulo: Contexto, 2016.

VYGOTSKY, L. S. Obras Escogidas. Vol. III (Problemas del desarrollo de la psique). Madrid: Visor, 1995.

VYGOTSKY, L. S. Obras Escogidas. Vol. IV (Paidología del adolescente. Problemas de la psicología infantil). Madrid: Visor, 1997.

VYGOTSKY, L. S. A construção do pensamento e da linguagem. São Paulo: Martins Fontes, 2001.

VYGOTSKY, L. S. Sete aulas de L. S. Vigotski: Sobre os fundamentos da pedologia. 1. ed. Rio de Janeiro: E-Papers, 2018.

Publicado

19/09/2023

Como Citar

SMOLKA, A. L. B.; NOGUEIRA, A. L. H.; ANJOS, D. D. dos. Por uma prática discursiva de alfabetização: Explicitando argumentos. Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 18, n. esp.1, p. e023066, 2023. DOI: 10.21723/riaee.v18iesp.1.18512. Disponível em: https://periodicos.fclar.unesp.br/iberoamericana/article/view/18512. Acesso em: 22 nov. 2024.