Famílias homoparentais e escola: reflexões e possibilidades
DOI:
https://doi.org/10.21723/riaee.v10i6.8332Resumo
As normas hegemônicas heterossexistas presentes na sociedade privilegiam relações e comportamentos que as ratifiquem e consequentemente, crenças e valores que as fortaleçam. Desta forma, as configurações familiares que não condizem com o modelo heterossexual, como a família homoparental, são desfavorecidas nas relações sociais, legislação e políticas públicas. Diante deste cenário, o objetivo deste trabalho é refletir, a partir de publicações na área de educação sexual, diversidade e homoparentalidade, de que forma mitos relacionados à homossexualidade e conceitos de família podem interferir na forma como a escola lida com a homoparentalidade. Algumas crenças distorcidas influenciam a visão social sobre a homoparentalidade como: a) pessoas de orientação sexual homossexual seriam promíscuas e não proporcionariam um ambiente adequado ao desenvolvimento sadio de uma criança; b) pessoas de orientação sexual homossexual sofreriam de algum tipo de desvio ou distúrbio e por isso não deveriam cuidar de uma criança; c) crianças que convivem com pais/mães homossexuais sofreriam muito preconceito o que prejudicaria seu desenvolvimento e adaptação social, obrigatoriamente; d) a criança perderia a noção de diferença entre os gêneros e isso afetaria seu desenvolvimento e convívio social; e) a criança tenderia a ser homossexual também; f) a criança interpretaria a relação homossexual como adequada, o que poderia prejudicar seu desenvolvimento e convívio social. A escola, como instituição inserida na sociedade, e os profissionais que nela atuam, encontram-se submersos nestas crenças distorcidas, tendo também suas práticas influenciadas. Estudos mostram que grande parte dos profissionais da área da educação não conta com formação inicial ou continuada que aborde de forma crítica e reflexiva temas sobre sexualidade ou diversidade familiar. A falta de materiais didáticos que apresentem a diversidade familiar existente na sociedade também dificulta o trabalho da escola com as famílias. Conclui-se fazer-se necessário e urgente investir na formação de professores e na elaboração de materiais didáticos sobre diversidade familiar, educação sexual e diversidade sexual para que os profissionais de educação e consequentemente a escola, estejam preparados para acolher e interagir de forma adequada e respeitosa com as diversas configurações familiares, incluindo a família homoparental. A escola, ao contribuir para o acolhimento da diversidade familiar e sexual existente na sociedade, estará contribuindo também para uma formação mais crítica dos seus alunos e combatendo a homofobia.
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