A ancestralidade como epistemologias indigenas e decolonial na formação do professor atuante nas licenciaturas interculturais
DOI:
https://doi.org/10.22633/rpge.v27iesp.1.17929Palavras-chave:
Formação de professores indígenas, Epistemologias Indígenas, Interculturalidade, Ancestralidade indígenaResumo
O presente artigo objetiva discutir as epistemologias indígenas, como caminhos alternativos a interculturalização do conhecimento na formação de professores indígenas, analisa a concepção de formação, presente nos Projetos Pedagógicos dos Cursos (PPC) de Licenciaturas Interculturais Indígenas Pitakajá e Kuaba que envolvem as quatorze etnias indígenas do Ceará sendo coordenados pela Universidade Federal do Ceará. Os respectivos cursos são resultantes das lutas dos povos originários por uma política de formação de professores para escola diferenciada indígena. A análise teórica apoia-se nos conceitos de ancestralidade indígena, interculturalidade, epistemologias do Sul, ecologia de saberes e formação de professores, para fundamentar o que chamamos de epistemologia indígenas e decolonial. A pesquisa tem uma abordagem qualitativa e recorre a análise documental dos PPCs, os quais apresentam uma concepção de formação de professores fundamentada na ecologia de saberes tradicionais e científicos, que reconhecem a ancestralidade indígena como potencialidade intercultural e decolonial de saberes em seus processos formativos.
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