A potencialidade educativa da “Auto-organização de Mulheres Negras de Sergipe Rejane Maria”

Autores

DOI:

https://doi.org/10.22633/rpge.v26i00.16765

Palavras-chave:

Desigualdade, Educação, Feminismo, Racismo, Sexismo

Resumo

Este texto empreende uma reflexão teórica-conceitual sobre a potência educativa da “Auto-organização de Mulheres Negras de Sergipe Rejane Maria”, criada em Aracaju-Sergipe em 2014, a partir do referencial do Feminismo Negro e da Pesquisa Ativista Feminista Negra. Nesta análise, consideramos que as mulheres negras historicamente questionam e apontam soluções com relação às desigualdades raciais, sociais, de gênero e sexualidade, organizadas em movimentos sociais. Movimentos sociais que compreendemos como espaços educativos e de formação política dos seus membros, nos quais a educação está associada a uma práxis pautada em sua insurgência propositiva. Insurgência que está associada à construção de novas epistemologias e políticas públicas que tensionam a estrutura racista, sexista, classista e heteronormativa estruturantes da sociedade brasileira. Nesse sentido, consideramos a potencialidade educativa dos trabalhos de base desenvolvidos pela “Auto-Organização de Mulheres Negras de Sergipe Rejane Maria”, como movimentos educativos em que se produzem saberes e pedagogias emancipatórios que questionam a sociedade, ao mesmo tempo em que criam estratégias educativas de combate ao racismo, classismo, sexismo e a heteronormatividade.

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Biografia do Autor

Andréia Teixeira dos Santos, Universidade Federal de Sergipe (UFS), São Cristóvão – SE – Brasil

Professora de Educação Básica na rede Estadual de Sergipe. Doutoranda em Educação (UFS).

Marizete Lucini, Universidade Federal de Sergipe (UFS), São Cristóvão – SE – Brasil

Professora Associada II. Doutorado em Educação (UNICAMP).

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Publicado

11/05/2022

Como Citar

SANTOS, A. T. dos; LUCINI, M. A potencialidade educativa da “Auto-organização de Mulheres Negras de Sergipe Rejane Maria”. Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. 00, p. e022118, 2022. DOI: 10.22633/rpge.v26i00.16765. Disponível em: https://periodicos.fclar.unesp.br/rpge/article/view/16765. Acesso em: 29 mar. 2024.