A natureza contraditória da educação escolar: tensão histórica entre humanização e alienação
DOI:
https://doi.org/10.21723/riaee.unesp.v13.n4.out/dez.2018.10265Palavras-chave:
Educação Escolar, Historicidade, Humanização, Alienação.Resumo
O artigo objetiva promover reflexões acerca das teorias pedagógicas em seu caráter histórico e contraditório, analisando as implicações desse processo para a educação contemporânea. Identifica que o projeto neoliberal, tendo em vista a reestruturação produtiva, exige um “novo” tipo de trabalhador: flexível, adaptável, com capacidade empreendedora e competências socioemocionais, etc. Isso confere determinada valoração ao conhecimento para o capital, qual seja, manter e ampliar a própria existência do modo de produção capitalista. Desse modo, subjuga a formação do trabalhador a uma semiformação, sob marcos de precarização, exploração e alienação. Sendo assim, observamos que a educação escolar não foi, até hoje, uma arma para a classe trabalhadora, tendo em vista sua emancipação. Constatamos, pois, a contradição entre a possibilidade humanizadora, aqui concebida como desenvolvimento máximo da consciência dos indivíduos e a alienação, representativa dos processos que apartam os sujeitos das conquistas do gênero humano e, dentre elas, o acesso aos conhecimentos aptos ao desvelamento do real. Destarte, para que a educação escolar opere a serviço da humanização e contra a alienação há que se afirmá-la pela qualidade dos conhecimentos que veicula e pela defesa do ato de ensiná-los.Downloads
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