E quando a criança não corresponde às expectativas da escola? Reflexões sobre a relação com a família na busca por um diagnóstico

Autores

DOI:

https://doi.org/10.21723/riaee.v15iesp5.14565

Palavras-chave:

Educação, Dificuldades escolares, Diagnóstico, TDAH, Relação família-escola

Resumo

O objetivo deste artigo é compreender o modo pelo qual a escola tem respondido a crianças diagnosticadas com Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) do ponto de vista do trabalho pedagógico e da relação com a família. Mediante pesquisa bibliográfica e de um estudo de caso, traz a história de uma criança de 8 anos, com hipótese diagnóstica de TDAH. Os dados foram coletados por meio de narrativa da mãe e registros em diário de campo. Os resultados revelam que o ofício de aluno exigido pela escola vai além dos aspectos cognitivos e da aprendizagem dos conteúdos, envolvendo uma expectativa dos adultos a respeito de um “modo de ser na escola”. Conclui-se que a escola deve acolher a diversidade e a diferença, para não incorrer em estratégias de defesa e desresponsabilização do trabalho pedagógico.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Luciana Aparecida de Araujo, Universidade Estadual Paulista (UNESP), Marília – SP

Docente no Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGE) e no Departamento de Didática, Faculdade de Filosofia e Ciências (FFC). Doutorado em Educação (UNESP).

Cleriston Izidro dos Anjos, Universidade Federal de Alagoas (UFAL), Maceió – AL

Professor Adjunto no Setor de Estudos de Educação Infantil. Doutorado em Educação (UFAL).

Fábio Hoffmann Pereira, Universidade Federal de Alagoas (UFAL), Arapiraca – AL

Professor no Curso de Pedagogia. Doutorado em Educação (USP).

Referências

ANJOS, C. I.; SILVA, S.; SILVA, C. N. O. Políticas, formação docente e práticas pedagógicas: reflexões acerca de uma Educação Infantil inclusiva. Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 14, n. esp. 1, p. 641-655, abr. 2019. DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v14iesp.1.12196

ANDRÉ, M. E. D. A. Estudo de caso em pesquisa e avaliação educacional. Brasília: Líber Livro Editora, 2005.

ARAUJO, L. A.; CORDEIRO, A. P.; GIROTO, C. R. M. Um encontro com a diversidade na Educação Infantil por meio do projeto “Simplesmente Diferente” sob a perspectiva do professor, da criança e da família. Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 14, n. esp. 1, p. 775-790, abr. 2019. E-ISSN: 1982-5587. DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v14iesp.1.12206

BRASIL. Ministério da Educação. CNE/CEB. Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental. Brasília, 2010.

CHARLOT, B. Da relação com o saber: elementos para uma teoria. Porto Alegre: Artes Médicas, 2000. 93 p.

CLANDININ, J.; CONNELY, M. Narrative inquiry: experience and story in qualitative research. San Fracisco: Jossey-Bass, 2000. In: CRESWELL, J. W. Projeto de pesquisa: métodos qualitativo, quantitativo e misto. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2010.

CORREA, K. B.; CABRAL, S. B. Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade – TDAH. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DO DÉFICIT DE ATENÇÃO – ABDA. Disponível em: www.tdah.org.br. Acesso em: 1 mar. 2020.

ENRICONE, J. R. B. Caracterização da Leitura e Funções Neuropsicológicas de Estudantes com TDAH. 2017. 164 f. Tese (Doutorado em Educação) – Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2017. Disponível: http://hdl.handle.net/10183/198754. Acesso em: 31 mar. 2020.

FOUCAULT, M. Os anormais. Curso no Collège de France (1974-1975). São Paulo: Martins Fontes, 2002.

FREITAS, C. R.; BAPTISTA, C. R. Mais rápidas que a escola: crianças referidas como hiperativas no contexto escolar. Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 14, n. esp. 1, p. 791-806, abr. 2019. DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v14iesp.1.12207

GIROTTO, C. R. M.; ARAUJO, L. A.; VITTA, F. C. F. Discursivização sobre “doenças do não aprender” no contexto educacional inclusivo: o que dizem os professores de Educação Infantil? Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 14, n. esp. 1, p. 807-825, abr. 2019. DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v14iesp.1.12208

GIROTTO, C. R. M.; VITTA, F. C. F.; ARAUJO, L. A. Dossiê Inclusão e Educação Infantil. Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 14, n. esp. 1, p. 635-640, abr. 2019. DOI: https://doi.org/ https://doi.org/10.21723/riaee.v14iesp.1

MOYSÉS, M. A. A.; COLLARES, C. A. L. A transformação do espaço pedagógico em espaço clínico (a patologização da educação). Campinas: FAPESP/Mercado de Letras, 1994.

MOYSÉS, M. A. A.; COLLARES, C. A. L. Dislexia e TDAH: uma análise a partir da ciência médica. In: Medicalização de crianças e adolescentes: conflitos silenciados pela redução de questões sociais a doença de indivíduos. Conselho Regional de Psicologia de São Paulo. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2010. p. 125-156.

MOYSÉS, M. A. A.; COLLARES, C. A. L. Medicalização: o obscurantismo reinventado. In: COLLARES, C. A. L.; MOYSÉS, M. A. A.; RIBEIRO, M. C. F. (Org.). Novas capturas, antigos diagnósticos na era dos transtornos. São Paulo: Mercado de Letras, 2013. p. 41- 64.

PEREIRA, C. S. Desempenho ortográfico de estudantes com TDAH: um estudo sobre a tipologia de erros da Língua Portuguesa. 2017. 80 f. Dissertação (Mestrado em Educação) – Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2017. Disponível em: https://sucupira.capes.gov.br/sucupira/public/consultas/coleta/trabalhoConclusao/viewTrabalhoConclusao.jsf?popup=true&id_trabalho=5040968. Acesso em: 15 fev. 2020.

PEREIRA, F. H. Configurações do ofício de aluno: Meninos e meninas na escola. 2015. 243 f. Tese (Doutorado em Educação) – Universidade de São Paulo, São Paulo, 2015.

PERRENOUD, P. Ofício de aluno e sentido do trabalho escolar. Porto (Portugal): Porto Editora, 1995.

SANCHES, A. C. C. et al. O TDAH e a medicalização da aprendizagem: enfrentamentos necessários à formação humana. In: TULESKI, S. C.; FRANCO, A. F. (Org.). O lado sombrio da medicalização da infância: possibilidades de enfrentamento. Rio de Janeiro: NAU Editora, 2019. p. 37-67.

SCARABUCCI, C. A. A criança diagnosticada com TDAH: e agora, professor? 2017. 147 f. Dissertação (Mestrado em Educação) – Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia, 2017. Disponível em: https://repositorio.ufu.br/bitstream/123456789/20324/6/CriancaDiagnosticadaTDAH.pdf. Acesso em: 31 mar. 2020.

SIGNOR, R. C. F. Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade: implicações para a constituição leitora do aprendiz. RBLA, Belo Horizonte, v. 16, n. 3, p. 309-334, 2016. DOI: http://dx.doi.org/10.1590/1984-6398201610076

SILVA, K. B. C.; CABRAL, S. B. Transtorno do Deficit de Atenção com Hiperatividade – TDAH. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DO DEFICIT DE ATENÇÃO – ABDA. Disponível em: https://tdah.org.br/wpcontent/uploads/site/pdf/cartilha%20ABDA.final%2032pg%20otm.pdf. Acesso em: 2 abr. 2020.

SOUZA, E. P. TDAH (Transtorno de déficit de atenção e hiperatividade): uma análise a partir da atividade de estudo. 2017. 125 f. Dissertação (Mestrado em Educação) – Universidade Estadual Paulista, Presidente Prudente, 2017. Disponível em: http://hdl.handle.net/11449/166177. Acesso em: 15 mar.2020.

UNTOIGLICH, G. Consenso de especialistas da área de saúde sobre o chamado “Transtorno por déficit de atenção com ou sem hiperatividade”. Diagnóstico na Infância hoje. APPOA – Associação Psicanalítica de Porto Alegre. POA. Correio APPOA, nº144, 2006.

Publicado

01/12/2020

Como Citar

ARAUJO, L. A. de; ANJOS, C. I. dos; PEREIRA, F. H. E quando a criança não corresponde às expectativas da escola? Reflexões sobre a relação com a família na busca por um diagnóstico. Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 15, n. esp5, p. 2899–2915, 2020. DOI: 10.21723/riaee.v15iesp5.14565. Disponível em: https://periodicos.fclar.unesp.br/iberoamericana/article/view/14565. Acesso em: 13 nov. 2024.

Artigos Semelhantes

Você também pode iniciar uma pesquisa avançada por similaridade para este artigo.