Medicalização e a atuação fonoaudiológica frente à queixa escolar
DOI:
https://doi.org/10.21723/riaee.v15iesp5.14574Palavras-chave:
Queixa escolar, Educação, Medicalização, FonoaudiologiaResumo
A queixa escolar é, em geral, caracterizada como experiências de fracasso no contexto educacional que se manifestam pela expressão de sofrimento e envolve atores como a criança, a família e a escola. São poucos os estudos que buscam compreender o processo de produção das queixas escolares e a relação deste processo com a medicalização. Deste modo, este estudo teve como objetivo analisar relatos de fonoaudiólogos sobre a sua atuação com crianças com queixas escolares e identificar o quanto essa atuação se aproxima ou se distancia de práticas que contribuem para o processo de medicalização da educação. Trata-se de estudo qualitativo e transversal, fundamentado em perspectiva teórico-metodológica sócio-histórica. Participaram seis fonoaudiólogas que atendiam crianças com queixas escolares na rede pública e privada da região de Salvador/BA. A coleta de dados foi realizada por meio de entrevistas semiestruturadas que, após transcritas, foram categorizadas e analisadas tendo por base os objetivos propostos e referencial teórico baseado em estudos sobre queixa escolar, fracasso escolar, fonoaudiologia e medicalização. Conceitos sobre enunciado e dialogia também foram importantes para a seleção e análise dos dados. A análise dos enunciados das entrevistas tornou possível observar que semelhanças, diferenças e contradições atravessaram as narrativas sobre as diversas práticas clínicas relacionadas às queixas escolares. Os enunciados das fonoaudiólogas foram marcados por práticas ora medicalizantes, ora não medicalizantes, e apontam que ainda há um longo caminho na tentativa de romper com a perspectiva ideológica da clínica biomédica e medicalizante na atuação com a queixa escolar.
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