As contradições da temporalidade pós-moderna, à luz da pandemia do novo coronavírus

Autores

DOI:

https://doi.org/10.21723/riaee.v16i3.15417

Palavras-chave:

Tempo, Temporalidades, Mudança social, Pandemia, COVID-19

Resumo

Neste artigo reflete-se sobre o quanto vivemos numa época de crescente complexidade, que parecia já ter superado todos os problemas, dada a segurança que a confiança nos processos científicos e tecnológicos parecia ter-nos devolvido. Mas quando estes processos, como agora acontece na pandemia de Coronavírus, mostram a sua fragilidade, eles revelam-nos, como nunca tinha acontecido, as suas debilidades. Fraquezas essas que resultam de depositar todo o valor objetivo nesses processos, acreditando que neles estava a capacidade de nos redimir de todos os nossos males. O correr atrás da inovação e do sucesso a todo o custo, sem ética, sem respeito pela natureza e pelos outros, sem consideração pelo passado e sem nele ancorar o futuro, reduz a estabilidade e a segurança estrutural das sociedades e dos indivíduos que as compõem.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Eduardo Duque, Universidade Católica Portuguesa (UCP), Braga

Professor da Faculdade de Filosofia e Ciências Sociais. Membro Integrado do Centro de Estudos de Comunicação e Sociedade da Universidade do Minho (UM). Doutorado em Sociologia (UCM) – Espanha.

José Francisco Durán Vázquez, Universidade de Vigo (UVIGO), Vigo

Professor de Sociologia. Doutorado em Sociologia.

Referências

ADAM, B. Reflexive modernization temporalized. Theory Culture Society, v. 20, n. 2, p. 59-78, 2003.

ADAM, B. Time. Cambridge: Polity Press, 2004.

ADORNO, T.; HORKHEIMER, M. Dialética do esclarecimento: fragmentos filosóficos. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1985.

ARENDT, H. The Origins of Totalitarianism. New York: Harcourt Brace & Company, 1973.

ARENDT, H. La condición humana. Barcelona. Paidós, 1998.

ARENDT, H. Labor, trabajo, acción. In: ARENDT, H. De la historia a la acción. Barcelona: Paidós, 1999. p. 89-107.

ARIÈS, P. Sobre a História da Morte no Ocidente desde a Idade Média. Lisboa: Teorema, 1988.

BAUMAN, Z. Liquid Modernity. Cambridge: Polity, 2000.

BAUMAN, Z. El arte de la vida. Barcelona: Paidós, 2009.

BAUMAN, Z. Tiempos líquidos. Vivir en una época de incertidumbre. Barcelona: Tusquets, 2010.

BAUMAN, Z.; TESTER, K. Conversations with Zygmunt Bauman. Cambridge: Polity Press, 2001.

BOURDIEU, P. Meditações Pascalianas. Oeiras: Celta Editora, 1998.

BOURDIEU, P.; PASSERON, J.-C. La reproducción. Elementos para una teoría del sistema de enseñanza. Madrid: Editorial Popular, 2001.

BURY, J. La idea de progreso. Madrid: Alianza Editorial, 2009.

DELORY-MOMBERGER, C. A pesquisa biográfica ou a construção compartilhada de um saber do singular. Revista Brasileira de Pesquisa (Auto)Biográfica, v. 1, n. 1, p. 133-147, 2016.

DELORY-MOMBERGER, Christine. De la recherche biographique en éducation. Fondements, méthodes, pratiques. Paris: Téraèdre, 2014.

DUQUE, E. É possível sair do presente? Uma teoria prospetiva. In: ARAÚJO, E. et al. (eds.). Tempos sociais e o mundo contemporâneo. As crises, as fases e as ruturas. Braga: Centro de Estudos de Comunicação e Sociedade/Centro de Investigação em Ciências Sociais, 2014. p. 154-169.

DURÁN VÁZQUEZ, J.; DUQUE, E. Las transformaciones de la educación. De la tradición a la modernidad hasta la incertidumbre actual. Madrid: Dykinson, 2019.

DURKHEIM, É. Las formas elementales de la vida religiosa. Madrid: Akal, 1992.

EHRENBERG, A. La fatigue d’être soi. París: Edile Jacob, 1998.

ELCHARDUS, M.; SMITS, W. The Persistence of the Standardized Life Cycle. Time & Society, v. 15, n. 2/3, p. 303-326, 2006.

ELIAS, N. El proceso de civilización. Madrid: FCE, 1993.

ELIAS, N. Sobre el tiempo. Madrid: FCE, 1989.

FOUCAULT, M. Vigilar y castigar. Barcelona: Círculo de Lectores, 1999.

FREUD, S. El malestar en la cultura. Madrid: Alianza Editorial, 1973.

GIDDENS, A. Modernity and Self Identity. Cambridge: Polity, 1991.

GONZÁLEZ-ANLEO SÁNCHEZ, J. M. Consumidores consumidos. Juventud y cultura consumista. Madrid: Khaf, 2014.

HAN, B.-C. O aroma do tempo. Um ensaio filosófico sobre a arte da demora. Lisboa: Relógio d'Água, 2016.

HUBERT, H. Estudio sumario sobre la representación del tiempo en la religión y la magia. In: RAMOS TORRE, R. Tiempo y sociedad. Madrid: CIS, 1992. p. 1-33.

ILLOUZ, E. La salvación del alma moderna. Terapia, emociones y la cultura de la autoayuda. Madrid: Katz, 2010.

INNERARITY, D. O Futuro e os seus Inimigos. Uma defesa da esperança política. Lisboa: Teorema, 2011.

JAEGER, W. Paideia. Madrid: FCE, 1996.

JANNER RAIMONDI, M. Empathie. In: DELORY-MOMBERGER, C. (coord.). Vocabulaire des histoires de vie et de la recherche biographique. Toulouse: Érès, 2019. p. 72-75.

KOSELLECK, R. Futuro pasado. Barcelona: Paidós, 1993.

LE GOFF, J.-P. La démocratie post-totalitaire. París: La Découverte, 2002.

LUHMANN, N. Introducción a la teoría de sistemas. México: Anthropos, 1996.

M’BIATONG, J. La recherche biographique en éducation pour l’éthique. In: DIZERBO, A.; M’BIATONG, J. (coord.). Pour une éthique de l’accompagnement biographique. Paris: Téraèdre, 2019. p. 129-152.

MARCO AURELIO. Meditaciones. Madrid. Cátedra, 2004.

NOWOTNY, H. The modern and postmodern experience. Cambridge: Polity Press, 1994.

PLATÓN. La república. Madrid: Alianza Editorial, 2003.

POMIAN, K. L’ordre du temps. París: Gallimard, 1984.

RAMOS, R. Time’s social metaphors. An empirical research. Time & Society, v. 16, n. 2/3, p. 157-187, 2007.

REVAULT D’ALLONNES, M. El poder de los comienzos. Ensayo sobre la autoridad. Buenos Aires: Amorrortu, 2008.

RICOTTA, L. Valores do educador: uma ponte para a sociedade do futuro. São Paulo: Ágora, 2006.

ROSA, H. Alienación y aceleración. Hacia una teoría crítica de la temporalidad en la modernidad tardía. Madrid: Katz, 2016.

ROSA, H. Resonancia. Una sociología de la relación con el mundo. Buenos Aires: Katz, 2019.

ROUANET, S. Figuras do tempo. In: Ciclo mutações: o futuro não é mais o que era. Academia Brasileira de Letras: Rio de Janeiro, 2012.

SENNET, R. A cultura do novo capitalismo. Lisboa: Relógio d’Água, 2007.

SENNETT, R. La corrosión del carácter. Las consecuencias personales del trabajo en el nuevo capitalismo. Barcelona: Anagrama, 2001.

SOUZA, R.; CATANI, A. Educação escolar e educação social: uma interação a favor da cidadania. Revista Trama Interdisciplinar, São Paulo, v. 7, n. 3, p. 50-68, 2016.

SUE, R. Temps et ordre social. París: PUF, 1995.

THOMPSON, J. A mídia e a modernidade: uma teoria social da mídia. Rio de Janeiro: Vozes, 1998.

TOCQUEVILLE, A. La democracia en América. Madrid: Alianza Editorial, 1994. v. 2.

URRY, J. Sociologia do tempo e do espaço. In: TURNER, B. S. (org.). Teoria social. Lisboa: Difel, 2002. p. 377-403.

VIRILIO, P. El cibermundo, la política de lo peor: entrevista con Philippe Petit. Madrid: Ediciones Cátedra, 1997.

ZAMBRANO, M. Persona y democracia. La historia sacrificial. Madrid: Taurus, 1992.

Publicado

01/07/2021

Como Citar

DUQUE, E.; DURÁN VÁZQUEZ, J. F. As contradições da temporalidade pós-moderna, à luz da pandemia do novo coronavírus. Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 16, n. 3, p. 1713–1729, 2021. DOI: 10.21723/riaee.v16i3.15417. Disponível em: https://periodicos.fclar.unesp.br/iberoamericana/article/view/15417. Acesso em: 25 abr. 2024.

Edição

Seção

Artigos teóricos