Práticas educativas e ressignificações dos saberes e fazeres das Bandas Cabaçais rurais: ações decoloniais no contexto musical urbano/contemporâneo

Autores

DOI:

https://doi.org/10.21723/riaee.v16i4.15685

Palavras-chave:

Educação, Banda Cabaçal, Práticas educativas, Cultura popular

Resumo

As Bandas Cabaçais, também chamadas de Bandas de Pífanos, são grupos musicais de tradição rural existentes no Nordeste brasileiro desde o período colonial. Hegemonicamente constituídas por homens e vinculadas ao catolicismo popular, não dispensam oportunidades para profanar e libertar a brasilidade das masmorras capitalistas que negam a pluralidade, silenciam saberes, não reconhecem práticas educativas outras e condenam ao esquecimento tudo o que rompe com os padrões impostos pelo projeto de modernidade colonialista. Na contemporaneidade, contudo, esses grupos têm recebido olhares por parte de músicos urbanos, pesquisadores e produtores culturais, cujos trabalhos têm contribuído para o surgimento de projetos que ressignificam o fazeres populares tendo as Bandas Cabaçais como fontes de saberes e modos outros de existirem. Neste trabalho de cunho qualitativo, destacamos experiências de algumas musicistas para compreendermos por quais práticas educativas elas e outros/as novos/as pifeiros/as urbanos aprendem, transmitem, aprendem e ressignificam a cultura cabaçal. A coleta dos dados se deu através de entrevistas pelo whatsapp. Esperamos que os exemplos em tela inspirem e despertem o interesse de muitos outros(as) musicistas pela arte cabaçal.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Elinaldo Menezes Braga, Universidade Federal de Sergipe (UFS), São Cristóvão – SE

Doutorando no Programa de Pós-Graduação em Educação, Departamento de Educação.

Marizete Lucini, Universidade Federal de Sergipe (UFS), São Cristóvão – SE

Professora do Departamento de Educação. Doutorado em Educação (UNICAMP).

Referências

BOFF, L. O despertar da águia: o dia-bólico e o sim-bólico na construção da realidade. 13. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2000.

BRAGA, E. M. Celebrações da vida: história e memória da Banda Cabaçal Os Inácios. Campina Grande: EDUFCG, 2015.

BRANDÃO, C. R. O que é educação. Coleção Primeiros Passos. 1. ed. São Paulo: Brasiliense, 2013.

LARROSA, J.. Tremores: Escritos sobre experiência. Trad. Cristina Antunes, João Wanderley Geraldi. 1. ed. 5. Reimp. Belo Horizonte: Autêntica, 2020. Coleção Educação: Experiência e Sentido).

PEREIRA, M. V. M. Licenciatura em música e habitus conservatorial: analisando o currículo. Revista da ABEM, Londrina, v. 22, n. 32, p. 90-103, jan./jun. 2014. Disponível em: http:www.abemeducacaomusical.com.br/revistas/revistaABEM/. Acesso em: 29 jul. 2021.

QUEIROZ, L. R. Traços de Colonialidade no Ensino Superior de Música no Brasil: análise a partir de uma trajetória de epistemicídios musicais e exclusões. Revista da ABEM, Londrina, v. 25, n. 39, p. 135 159, jul./dez. 2017.

SANTOS, A. B. Colonização, quilombos: modos e significados. Brasília, 2015.

SANTOS, B. S.; MENESES, M. P. (Org.) Epistemologias do Sul. São Paulo: Cortez, 2010.

SILVA, J. S. A Música Nordestina Brasileira. Revista da Academia Sergipana de Letras, Aracaju, v. 1, n. 39, 2011.

SILVA, V. L. L. “Seu ZÉ, QUAL É A SUA METODOLOGIA?” A aprendizagem musical na Oficina de Pífano da Universidade de Brasília. 2010. Dissertação (Mestrado) – Universidade de Brasília, Instituto de Artes, Departamento de Música, Brasília, 2010.

SIMAS, L. A. Almanaque brasilidades: um inventário do Brasil popular. Rio de Janeiro: Bazar do Tempo, 2018.

SIMAS, L. A. O corpo encantado da rua. 5. ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2019.

Publicado

21/10/2021

Como Citar

BRAGA, E. M.; LUCINI, M. Práticas educativas e ressignificações dos saberes e fazeres das Bandas Cabaçais rurais: ações decoloniais no contexto musical urbano/contemporâneo. Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 16, n. 4, p. 2852–2871, 2021. DOI: 10.21723/riaee.v16i4.15685. Disponível em: https://periodicos.fclar.unesp.br/iberoamericana/article/view/15685. Acesso em: 19 abr. 2024.

Edição

Seção

Artigos teóricos