Do banquinho ao caderninho
Discricionariedade e estigma nos procedimentos de matrícula em escolas cariocas
DOI:
https://doi.org/10.21723/riaee.v17iesp.3.16692Palavras-chave:
Burocracia educacional, Políticas de matrícula escolar, Burocracia de nível de rua, EstigmaResumo
O artigo analisa os procedimentos de matrícula de escolas municipais do Rio de Janeiro. Partimos da ideia de que os gestores da Coordenadoria Regional de Educação (CRE) e das escolas são os burocratas responsáveis pela implementação da política de matrícula e podem agir de forma discricionária no atendimento ao público. Consideramos que suas percepções sobre as escolas, estudantes e famílias estão pautadas em estigmas. Utilizamos entrevistas realizadas com a assessoria da CRE e com diretores de escolas da mesma região da cidade. Os resultados evidenciam discricionariedade da burocracia nos procedimentos de matrícula e revelam a produção e reprodução de estigmas das escolas, reforçando um cenário de desigualdade educacional e com tendência à iniquidade na distribuição de vagas.
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