Indígenas e Quilombolas no Ensino Superior
Uma análise a partir do Programa UFGInclui
DOI:
https://doi.org/10.21723/riaee.v18i00.17712Palavras-chave:
Ações afirmativas, UFGInclui, Ensino Superior, Negros quilombolas, IndígenasResumo
O artigo apresenta uma análise do perfil dos estudantes cotistas negros quilombolas e indígenas, que entraram na Universidade Federal de Catalão em 2020 pelo Programa UFGInclui. Partindo de uma discussão histórica sobre a questão racial e étnica no Brasil, apresentamos o programa, sua implementação e estruturação no âmbito da universidade e, por fim, apresentamos e analisamos os dados. Os resultados expressam que mesmo o programa existindo desde 2008, há uma baixa demanda em relação ao número de vagas ofertadas. Foi constatado que a maioria dos ingressantes são jovens, possuem especificidades que são inerentes à condição juvenil, além de particularidades acerca de seus territórios e grupos de origem, modos de vida e background educacional, evidenciando que apoio financeiro é fundamental, no entanto, o acolhimento e o reconhecimento dessas especificidades pela instituição é fundamental no processo de permanência, sobretudo, demandado por um diálogo intercultural.
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