O brincar das crianças em tempos digitais

Linhas de fuga do dispositivo de periculosidade

Autores

DOI:

https://doi.org/10.21723/riaee.v18i00.17975

Palavras-chave:

Crianças, Brincar, Tecnologias digitais, Periculosidade, Linhas de fuga

Resumo

Este texto busca perscrutar as linhas de fuga por dentro do dispositivo da periculosidade em algumas dissertações e teses defendidas em Programas de Pós-Graduação em Educação sobre o brincar das crianças com as tecnologias digitais. Emergiram dois direcionamentos argumentativos no dispositivo da periculosidade: 1) Imobilização do corpo, fazendo um alerta para a necessidade de resgatar as brincadeiras tradicionais, pois as tecnologias digitais não estariam proporcionando o movimento físico. 2) Diferença entre analógico e digital, chamando a atenção para um possível perigo no brincar com as tecnologias digitais, no sentido de que as crianças estariam se inserindo num mundo que não existe e que nada produzem. Nas linhas de fuga desses dois direcionamentos argumentativos, apontamos que as crianças experimentam eventos que modificam de maneira significativa sua relação com a imobilização do corpo e das diferenças entre o analógico e o digital, pois elas imergem no ambiente integrado sem haver qualquer distinção.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Adilson Cristiano Habowski, Universidade La Salle

Doutorando no Programa de Pós-Graduação em Educação. Bolsista CAPES/PROSUC.

Cleber Gibbon Ratto, Universidade La Salle

Professor e Pesquisador no Programa de Pós-Graduação em Educação. Doutorado em Educação (PUCRS). Bolsista de Produtividade em Pesquisa do CNPq - Nível 2.

Referências

BROUGÈRE, G. Brinquedo e cultura. 4. ed. São Paulo: Cortez, 2001.

DELEUZE, G. O que é um dispositivo. In: BALIBAR, E. et al. Michel Foucault filósofo. Tradução: Wanderson Flor do Nascimento. Barcelona: Gedisa, 1990.

DELEUZE, G. A Imagem-tempo. Cinema 2. São Paulo: Brasiliense, 2007.

ESPINOSA, B. Ética. São Paulo: Abril, 1983.

FOUCAULT, M. As palavras e as coisas: uma arqueologia das ciências humanas. São Paulo: Editora Martins Fontes, 1966-1987.

FOUCAULT, M. História da Sexualidade I - a vontade de saber. Tradução: Maria Thereza da Costa Albuquerque e J. A. Guilhon Albuquerque. Rio de Janeiro: Graal, 1976-1988.

FOUCAULT, M. Tecnologías del yo y otros textos afines. Barcelona: Siglo Veintiuno, 1990.

FOUCAULT, M. Microfísica do poder. São Paulo: Graal, 1978-2001a.

FOUCAULT, M. História da Sexualidade II – o Uso dos Prazeres. Rio de Janeiro: Graal, 1984-2001b.

FOUCAULT, M. A ordem do discurso. São Paulo: Loyola, 1971-2002.

FREUD, S. O Poeta e o fantasiar. In: FREUD. S. Arte, Literatura e os artistas. Tradução:

Ernani Chaves. 1. ed. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 1908-2015.

HABOWSKI, A. C.; RATTO, C. G. Bases of discursive architecture that settled the invention of childhood in modernity. Revista Tempos e Espaços em Educação, v. 15, n. 34, p. 1-17, 2022a. Disponível em: https://periodicos.ufs.br/revtee/article/view/17963. Acesso em: 12 jan. 2022.

HABOWSKI, A. C.; RATTO, C. G. Tempos de infância: linguagem e experiência. Childhood & Philosophy, v. 18, e69450, p. 01-29, 2022b. Disponível em: https://www.redalyc.org/journal/5120/512072276018/html/. Acesso em: 12 jan. 2023.

HABOWSKI, A. C.; RATTO, C. G. Cuidado! As crianças estão em risco: a periculosidade no brincar digital. Revista Tempos e Espaços em Educação, v. 16, n. 35, p. 1-17, 2023. Disponível em: https://homologacao.revistas.uneb.br/index.php/cenaseducacionais/article/view/16577. Acesso em: 10 jul. 2023.

KASTRUP, V. A invenção de si e do mundo. Campinas, SP: Papirus, 1999.

KOHAN, W. O. Infância. Entre Educação e Filosofia. Belo Horizonte: Autêntica, 2005.

NIETZSCHE, F. Assim falou Zaratustra. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1995.

ROLNIK, S. Cartografia sentimental: transformações contemporâneas do desejo. Porto Alegre: Sulina, 2006.

SANTAELLA, L. Cultura e artes do pós-humano: da cultura das mídias à cibercultura. São Paulo: Paulus, 2003.

SANTAELLA, L. Navegar no ciberespaço: o perfil cognitivo do leitor imersivo. São Paulo, Paulus, 2004.

SANTAELLA, L. Entrevista concedida à Revista IHU online. Edição 5, 2011.

SANTAELLA, L. Leitura de Imagens. São Paulo: Melhoramentos, 2012.

SIMONDON, G. Du mode d'existence des objets techniques. Paris: Aubier Philosophie, 1989.

SIMONDON, G. Sobre a tecno-estética: carta a Jaques Derrida. In: ARAÚJO, H. R. (org.). Tecnociência e cultura: ensaios sobre o tempo presente. São Paulo: Estação Liberdade, 1998.

Publicado

20/12/2023

Como Citar

HABOWSKI, A. C.; RATTO, C. G. O brincar das crianças em tempos digitais: Linhas de fuga do dispositivo de periculosidade. Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 18, n. 00, p. e023144, 2023. DOI: 10.21723/riaee.v18i00.17975. Disponível em: https://periodicos.fclar.unesp.br/iberoamericana/article/view/17975. Acesso em: 28 abr. 2024.

Edição

Seção

Artigos teóricos