O brincar das crianças em tempos digitais

Linhas de fuga do dispositivo de periculosidade

Autores

DOI:

https://doi.org/10.21723/riaee.v18i00.17975

Palavras-chave:

Crianças, Brincar, Tecnologias digitais, Periculosidade, Linhas de fuga

Resumo

Este texto busca perscrutar as linhas de fuga por dentro do dispositivo da periculosidade em algumas dissertações e teses defendidas em Programas de Pós-Graduação em Educação sobre o brincar das crianças com as tecnologias digitais. Emergiram dois direcionamentos argumentativos no dispositivo da periculosidade: 1) Imobilização do corpo, fazendo um alerta para a necessidade de resgatar as brincadeiras tradicionais, pois as tecnologias digitais não estariam proporcionando o movimento físico. 2) Diferença entre analógico e digital, chamando a atenção para um possível perigo no brincar com as tecnologias digitais, no sentido de que as crianças estariam se inserindo num mundo que não existe e que nada produzem. Nas linhas de fuga desses dois direcionamentos argumentativos, apontamos que as crianças experimentam eventos que modificam de maneira significativa sua relação com a imobilização do corpo e das diferenças entre o analógico e o digital, pois elas imergem no ambiente integrado sem haver qualquer distinção.

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Biografia do Autor

Adilson Cristiano Habowski, Universidade La Salle

Doutorando no Programa de Pós-Graduação em Educação. Bolsista CAPES/PROSUC.

Cleber Gibbon Ratto, Universidade La Salle

Professor e Pesquisador no Programa de Pós-Graduação em Educação. Doutorado em Educação (PUCRS). Bolsista de Produtividade em Pesquisa do CNPq - Nível 2.

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Publicado

20/12/2023

Como Citar

HABOWSKI, A. C.; RATTO, C. G. O brincar das crianças em tempos digitais: Linhas de fuga do dispositivo de periculosidade. Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 18, n. 00, p. e023144, 2023. DOI: 10.21723/riaee.v18i00.17975. Disponível em: https://periodicos.fclar.unesp.br/iberoamericana/article/view/17975. Acesso em: 21 dez. 2024.

Edição

Seção

Artigos teóricos