A (in) existência da sexualidade no curso de pedagogia: o currículo oculto em evidência
DOI:
https://doi.org/10.21723/riaee.v8i1.6530Resumo
O currículo é importante instrumento, por meio do qual são delineados os aspectos principais a serem alcançados no contexto educacional. Ele pode ser real, isto é, ocorrer em sala de aula em decorrência do projeto pedagógico, bem como, ser oculto, sendo transmitido sem ser habitualmente mencionado pelos professores. A sexualidade embora não esteja integrada aos componentes do currículo formal, está presente nos ditos e interditos escolares, na maneira de agir, articular e falar da comunidade escolar, se expressando por meio do currículo oculto. Considerando isso, o presente estudo de natureza qualitativo e quantitativo teve por objetivo analisar a grade curricular de um curso de Pedagogia de uma Universidade Estadual localizada no interior do Estado de São Paulo, assim como, dar voz aos discentes do referido curso a fim de analisar se a sexualidade está presente de forma nítida no currículo formal. Para tanto, foi realizado um estudo documental do referido curso, mais precisamente do seu processo curricular nº 342/89, dos seus volumes I a IX, ou seja, do período que se estende de 1959 até 2009, bem como do programa curricular vigente até o ano de 2007. Além disso, empregou-se um questionário fechado contendo 20 questões o qual contou com a participação de 70 alunos de Pedagogia do período diurno e noturno da referida Universidade. Desde o seu curriculum inicial até o mais recente inexiste espaço para disciplinas de sexualidade, sendo que o ‘avanço’ que pode ser assinalado é a introdução de escassas disciplinas optativas que não mais existem no curso vigente. Nos dizeres da maioria dos discentes, a sexualidade não é um assunto abarcado no mencionado curso. Estes dados mostram que tanto o currículo real quanto o oculto não dão o devido espaço a este tema. Isto posto, é imprescindível que este curso, assim como os diferentes cursos de licenciatura, se atenham a necessidade da sexualidade e da educação sexual fazerem parte da grade curricular real, de maneira a possibilitar aos alunos o acesso a este saber.
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