Travestis: corpos em trânsito!? Sonho, mito e realidade
DOI:
https://doi.org/10.21723/RIAEE.v11.esp.1.p434Palavras-chave:
Corpo, Travestis, Silicone,Resumo
Nosso foco é problematizar o fenômeno do ethos da vivência afetivo-sexual das travestis na interface com a modelagem de seu corpo. Realidade mutante, o corpo na contemporaneidade ocupa o lugar de mercadoria – um produto com direito a pequenos reparos e duração programada. Observa-se também, a construção de identidades e subjetividades baseadas em artefatos fixados sob ou sobre a pele: piercings, tatuagens, escarificações, silicone, hormônios, body building, crossdressing – que passaram a constituir maneiras e práticas de afirmação do eu a partir do corpo. O uso de silicone, hormônios e cirurgias plásticas para atingir a modelagem ideal do corpo pelas travestis se tornou algo corriqueiro entre essa população levando a um problema de saúde pública pelas lesões, deformações e até mortes. O método fenomenológico foi eleito para analisar, compreender-interpretar os discursos de 3 travestis pertencentes às classes sociais C e D; faixa etária entre 20 a 30 anos sobre os sentidos que atribuem ao processo de modelagem do corpo e as práticas afetivo-sexuais decorrentes da transformação. Resultados obtidos, a partir da análise de três entrevistas, apontam 3 categorias: “O sonho da beleza e do corpo perfeito”; a “dor e o processo de recuperação como um ritual de passagem”; e a “mudança no comportamento/personalidade a partir das aplicações”. Em busca do corpo perfeito ousam e cruzam as fronteiras éticas da estética e da saúde. Subvertem os sentidos do auto-cuidado para atender a lógica do mercado. As travestis mutilam e modelam seus corpos. Criam um corpo sui generis que se equilibra entre o feminino e o masculino e ainda, reivindica a existência de um ethos específico.Downloads
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