Interculturalidade na perspectiva da descolonialidade: possibilidades via educação
DOI:
https://doi.org/10.21723/riaee.v13.n1.2018.9175Palavras-chave:
Descolonialidade. Interculturalidade. Educação intercultural. Geopolítica do conhecimento. Giro decolonial.Resumo
Este artigo explora a questão da interculturalidade no campo da educação desde as contribuições oriundas da produção do Grupo Modernidade/Colonialidade, sob a perspectiva da descolonialidade. Resulta de um processo de discussão realizada pelo coletivo de pesquisadores vinculados ao Grupo de Pesquisa em Educação Intercultural do Unilasalle. Lança-se mão da literatura disponível para a construção da reflexão, com especial ênfase aos textos de Mignolo, Quijano e Restrepo/Rojas. Os pressupostos desses pensadores apontam para a proposição de uma “episteme outra”, pensada desde o lugar do subalternizado. Constata-se que a educação intercultural se constitui em possível fator propulsor da descolonização, remetendo para a construção de uma “sociedade outra” mediante a superação de velhos discursos, de estruturas excludentes e de posturas discriminatórias. Nessa perspectiva, a interculturalidade propicia a convivência de sujeitos e de sociedades plurais, de culturas múltiplas. Não obstante, a realidade no campo da educação intercultural continua como desafio na busca de um “outro mundo possível”.
Downloads
Referências
BALESTRIN, Luciana. América Latina e giro decolonial. Revista Brasileira de Ciência Política, Brasília, n. 11, p. 89-117, maio/ago., 2013.
BECKA, Michelle. Interculturalidade no pensamento de Raúl Fornet-Betancourt. São Leopoldo: Nova Harmonia, 2010.
CANDAU, Vera Maria Ferrão.; RUSSO, Kelly. Interculturalidade e educação na América Latina: uma construção plural, original e complexa. Rev. Diálogo Educacional, Curitiba, v. 10, n. 29, p. 151-169, jan./abr., 2010.
ESCOBAR, Arturo. Mundos y conocimientos de otro modo: el programa de investigación de modernidad/colonialidad latinoamericano. Tabula Rasa, Bogotá – Colômbia, n. 1, p. 51-86, jan./dez., 2003.
FORNET-BETANCOURT, Raúl. Interculturalidade: críticas, diálogo e perspectivas. São Leopoldo: Nova Harmonia, 2004.
GROSFOGUEL, Ramón. La descolonización de la economía política y los estudios postcoloniales. Transmodernidad, pensamiento fronteirizo y colonialidad global. Tabula Rasa, Bogotá – Colômbia, n. 4, p. 17-48, jan./jun., 2006.
MALDONADO-TORRES, Nelson. La descolonización y el giro des-colonial. Tabula Rasa, Bogotá – Colômbia, n. 9, p. 61-72, jun./dez., 2008.
MEMMI, Albert. Retrato do Colonizado precedido pelo retrato do colonizador (Trad. Marcelo Jacques de Moraes). Editora Civilização Brasileira: Rio de Janeiro, 2007.
MIGNOLO, Walter D. Historias locales/diseños globales: colonialidad, conocimientos subalternos y pensamiento fronterizo. Madrid: Ediciones Akal, 2003.
MIGNOLO, Walter D. El pensamiento decolonial: desprendimiento y apertura – un manifesto. In: CASTRO-GÓMEZ, Santiago; GROSFOGUEL, Ramón. El giro decolonial. Reflexiones para una diversidad epistémica más allá del capitalismo global. Bogotá: Siglo del Hombre Editores, 2007. p. 25-45.
MIGNOLO, Walter D. Desobediência epistêmica: a opção descolonial e o significado de identidade em política. Cadernos de Letras da UFF, Niterói – RJ, n. 34, p. 287-324, 2008.
MIGNOLO, Walter D.; TLOSTANOVA, Madina. Habitar los dos lados de la frontera/teorizar en el cuerpo de esa experiencia. Revista Ixchel, México, 2009.
MIGNOLO, Walter. Desobediencia epistémica: retórica de la modernidad, lógica de la colonialidad y gramática de la descolonialidad. Buenos Aires: Ediciones del Signo, 2010.
MUNSBERG, João Alberto Steffen. O ensino médio politécnico frente às demandas e perspectivas discentes. 2015. 193 f. Dissertação (Mestrado em Educação) – Centro Universitário La Salle, Canoas, 2015.
QUIJANO, Aníbal. Colonialidad y modernidad/racionalidad. Perú Indígena, Lima(?), n. 13(29), p. 11-20,1992.
QUIJANO, Aníbal. Colonialidade, poder, globalização e democracia. Novos Rumos, Marília, a. 17, n. 37, p. 4-28, 2002.
RESTREPO, Eduardo; ROJAS, Axel. Inflexión decolonial: fuentes, conceptos y cuestionamientos. Cauca – Colômbia: Editorial Universidad de Cauca, 2010.
SALAS ASTRAIN, Ricardo. Ética intercultural: (re)leituras do pensamento latino-americano. São Leopoldo: Nova Harmonia, 2010.
SANTOS, Boaventura de Sousa. Uma epistemologia del Sur. México: Clacso-Siglo XXI, 2009.
SEGATO, Rita Laura. Aníbal Quijano y la perspectiva de la colonialidad del poder. In: QUIJANO, Aníbal (Org.) Des/colonialidad y bien vivir: un nuevo debate em américa Latina. Editorial Universitaria: Lima, 2014. p. 35-71.
SILVA, Gilberto Ferreira da. Cultura(s), currículo, diversidade: por uma proposição intercultural. Contrapontos, Itajaí – SC, v. 6, n. 1, p. 137-148, jan./abr., 2006.
WALSH, Catherine. Interculturalidad, conocimientos y decolonialidad. Signo y Pensamien-to, Bogotá, v. XXIV, n. 46, p. 39-50, jan./jun., 2005a.
WALSH, Catherine. Introducción. In: WALSH, Catherine. Pensamiento crítico y matriz (de)colonial: reflexiones latinoamericanas. Quito: UASB – Abya Yala, 2005b.
WALSH, Catherine. Interculturalidad y (de)colonialidad: diferencia y nación de otro modo. In: Desarollo e interculturalidad, imaginario y diferencia: la nación en el mundo andino. Quito: Academia de la Latinidad, 2006, p. 27-43.
WALSH, Catherine. Interculturalidad crítica y educacion intercultural. In: VIANA, Jorge.; TAPIA, Luis.; WALSH, Catherine. Construyendo interculturalid crítica. La Paz: III – CAB, 2010. p. 75-96.
WALSH, Catherine. Interculturalidad y (de)colonialidad: Perspectivas críticas y políticas. Visão Global, Joaçaba, v. 15, n. 1-2, p. 61-74, jan./dez., 2012.
YEHIA, Elena. Descolonización del conocimiento y la práctica: un encuentro dialógico entre el programa de investigación sobre modernidad/colonialidad/decolonialidad latinoamericanas y la teoria actor-red. Tabula Rasa, Bogotá – Colômbia, n. 6, p. 85-115, jan./jun., 2007.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Manuscritos aceitos e publicados são de propriedade dos autores com gestão da Ibero-American Journal of Studies in Education. É proibida a submissão total ou parcial do manuscrito a qualquer outro periódico. A responsabilidade pelo conteúdo dos artigos é exclusiva dos autores. A tradução para outro idioma é proibida sem a permissão por escrito do Editor ouvido pelo Comitê Editorial Científico.