Currículos da educação básica brasileira: convergências com o discurso educacional global em contextos de internacionalização

Autores

DOI:

https://doi.org/10.21723/riaee.v14i2.11306

Palavras-chave:

Currículo, Internacionalização, Educação básica, Discursos globais.

Resumo

No texto, analiso o progressivo alinhamento da Educação Básica brasileira aos movimentos pela internacionalização da educação, com especial atenção às estratégias que Estados, Organismos Transnacionais e iniciativa privada vêm mobilizando com a expectativa de ajustarem configurações curriculares de escolas a essa perspectiva que se hegemoniza em escala global. A discussão é feita com base nos conceitos de discurso educacional e acadêmico global de Jason Beech, além de outros, associados com análise das políticas educacionais e curriculares. Aponto que no Brasil as estratégias afetam mais fortemente dinâmicas que envolvem gestão escolar, desenhos curriculares, conteúdos de conhecimento e formação de professores.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Juares da Silva Thiesen, Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC

Doutor em Educação (ICCP/Havana/Cuba) e Doutor em Gestão do Conhecimento (UFSC/Brasil)

Professor Associado da UFSC. Professor do Programa de Pós-Graduação em Educação - PPGE/UFSC. 

Referências

AFONSO, Almerindo Janela. Estado, mercado, comunidade e avaliação. Revista Crítica de Ciências Sociais. Coimbra: n. 51, p. 109-135, jun. 1998.

AGUIAR, Andrea Moura de Souza. Estratégias educativas de internacionalização: uma revisão da literatura sociológica. São Paulo, Educação e Pesquisa, v. 35, n. 1, p. 067-079, jan./abr. 2009.

ALEXANDRE, Aline Facchini e LUNA, José Marcelo Freitas. Do referencial de competência comunicativa intercultural para o seu desenvolvimento na Educação Básica. Passo Fundo, Revista do Programa de Pós-Graduação em Letras da Universidade de Passo Fundo, v. 11, n. 2, p. 261-276, jul./dez. 2015.

ALTBACH, Philip. Patterns in Higher Education Development: Toward the Year. The Review of Higher Education, v. 14, n. 3, p. 293-315, 2000.

AMORIM, Marina Alves. Educação dos Brasileiros e o Estrangeiro: breve histórico da internacionalização dos estudos no Brasil. Brasiliana, Journal for Brazilian Studies, v. 1, n. 1, set.. 2012.

ARROYO, Miguel Gonzalez. Currículo, território em disputa. Petrópolis, Rio de Janeiro: Vozes. 2011.

BALL, Stephen J. Big policies/small world: An introduction to international perspectives in education policy. Comparative Education, v. 34, n. 2, p. 119-130, 1998.

BALL, Stephen J. Educação Global S.A. novas redes de políticas e o imaginário neoliberal. Tradução de Janete Bridon. Ponta Grossa, Brasil: UEPG, 2014.

BEECH, Jason. Quem está passeando pelo jardim Global? Agências educacionais e transferência educacional. In: COWEN, Robert; KAZAMIAS, Andreas M. e ULTERHALTER, Elaine (orgs). Educação comparada: panorama internacional e perspectivas. Brasília, UNESCO, CAPES, 2012.

BEELEN, Jos. Internationalising the School Curriculum: International Competences for Teachers. 31st Annual ATEE conference. Portoroz, 21 October t/m 25 October, 2006. Anais. Disponível em: http://archive.atee1.org/conferences_and_seminars/9/31st_annual_atee _conference _2006_portoroz.html#algemeen. Acesso em: 10 fev. 2017.

BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular – BNCC. Disponível em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br. Acesso em: 01 out. 2017.

CASTELLS, Manuel. The information age: economy, society and culture. Oxford: Blackwell Publishers, 1997.

COSTA, Estela Mafalda Inês Elias Fernandes da. O Programme for International Student Assessment (PISA) como instrumento de regulação das políticas educativas. 2011. Tese Educação (Administração e Política Educacional), Universidade de Lisboa, IEUL, 2011.

COWEN, Robert. Introdução: o nacional, o internacional e o global. In: COWEN, Robert; KAZAMIAS, Andreas M. e ULTERHALTER, Elaine (org). Educação comparada: panorama internacional e perspectivas. Brasília, UNESCO, CAPES, 2012.

DALE, Roger. Globalização e educação: demonstrando a existência de uma “cultura educacional mundial comum” ou localizando uma agenda globalmente estruturada para a educação? Campinas, Educação e Sociedade, v. 25, n. 87, p. 423-460, mai./ago. 2004.

DALE, Roger. A globalização e o desenho do terreno curricular. Espaço do Currículo, v. 1, n. 1, p. 12-33, mar./set. 2008.

DALE, Roger. A sociologia da educação e o estado após a globalização. Campinas, Educação e Sociedade, v. 31, n. 113, p. 1099-1120, out./dez. 2010.

DAVENPORT, Thomas H. Capital Humano: o que é e por que as pessoas investem nele. São Paulo, Nobel, 1999.

FREITAS, Luiz Carlos de. Os reformadores empresariais da educação: da desmoralização do magistério à destruição do sistema público de educação. Campinas, Educação e Sociedade, v. 33, n. 119, p. 325-672, abr./jun. 2012.

GEWIRTZ Sharon e BALL, Stephen J. Do modelo de gestão do bem-estar social ao novo gerencialismo: mudanças discursivas sobre gestão escolar no mercado educacional. In: BALL, Stephen J e MAINARDES Jeferson. Políticas educacionais questões e dilemas. São Paulo: Cortez, 2011.

GRANCHO, João Henrique de Carvalho Dias. A autonomia das escolas em Portugal. Quadro de desenvolvimento e influências internacionais. Foro de Educación, n. 10, p. 231-244, 2008.

GRANT, Janet. Principles of curriculum design. In: SWANWICK, Tim (org). Understanding medical education, evidence, theory and practice. Oxford, UK, Wiley-Blackwell, p. 1-15, 2010.

KLIEBARD, Herbert. Burocracia e teoria de currículo. Currículo sem Fronteiras, v. 11, n. 2, p. 5-22, jul./dez, 2011.

KNIGHT, Jane. Internationalization remodeled: definition, approaches and rationales. Journal of Studies in International Education, v. 8, n. 1, p. 5-31, 2004.

KNIGHT, Jane. Higher Education in Turmoil: The changing world of internationalization. Sense Pub: The Netherlands, 2008.

KNIGHT, Jane. International education Hubs: Student, talent, knowledge-innovation models. Springer Netherlands, 2014.

LANDWEHR, Megan M. Internationalization of K-12 Schools Through the Eyes of Public School Principals. Capstone Collection, SIT Graduate Institute, p. 5-25, spring, 2012. Disponível em: http://digitalcollections.sit.edu/capstones/index.5.html. Acesso em: 10 out. 2017.

LEASK, Betty. Using formal and informal curricula to improve interactions between home and international students. Journal of Studies in International Education: v. 13, n. 2, p. 205-221, 2009.

LEASK, Betty. Internationalizing the curriculum. New York: Routledge, 2015.

LIBÂNEO, José Carlos. Internacionalização das políticas educacionais: elementos para uma análise pedagógica de orientações curriculares para o ensino fundamental e de propostas para a escola pública. In: SILVA, Maria Abadia e CUNHA, Carlos (org). Educação Básica: políticas, avanços, pendências. Campinas: Autores Associados, p. 13-56, 2014.

LONGVIEW FOUNDATION FOR EDUCATION IN WORLD AFFAIRS AND INTERNATIONAL UNDERSTANDING, INC. Teacher Preparation for the Global Age: The imperative for change, 2008.

MAUÉS, Olgaises Cabral.; WONDJE, Calixte.; GAUTHIER, Clermont. Duas perspectivas diferentes em relação à abordagem por competências no ensino: os casos do Brasil e do Quebec. GT de Formação de Professores, n. 08. 2004. Disponível em: www.anped.org.br/25/olgaisesmauest08.rtf. Acesso em: 25 fev. 2016.

MEDEIROS, Sonayra e RODRIGUES, Melânia. O gerencialismo, reforma do Estado e da educação no Brasil. Revista Educação em Questão, Natal, v. 48, n. 34, p. 216-240, jan./abr. 2014.

MOREIRA, Antonio Flávio. O currículo como política cultural e a formação docente. In: SILVA, Tomaz Tadeu e MOREIRA, Antonio Flávio (org). Territórios contestados, o currículo e os novos mapas políticos e culturais. Petrópolis: Vozes, 1999.

PIERANTI, Octávio; RODRIGUES, Silvia e PECI, Alketa. Governança e New Public Management: convergências e contradições no contexto brasileiro. O&S, v. 15, n. 46, jul./set. 2008.

POPKEWITZ Thomas. O duplo significado de cosmopolitismo e os estudos comparados de educação. In: COWEN, Robert; KAZAMIAS, Andreas e ULTERHALTER, Elaine (org). Educação comparada: panorama internacional e perspectivas. Brasília: UNESCO, CAPES, 2012.

SEVILHA, Gustavo Brechese. A internacionalização do ensino básico, suas motivações. 2014. Dissertação (Ciência Política) Universidade de São Paulo: Departamento de Ciência Política, 2014.

SHAKLEE, Beverly e BAILY, Supriya (org). Internationalizing teacher education in the United States. Lanham, MD: Rowman & Littlefield Education Publishing Group, 2012.

SILVA, Tomaz Tadeu da; MOREIRA, Antonio Flavio (org). Territórios Contestados: o currículo e os novos mapas políticos e culturais. Petrópolis, RJ: Vozes, 1995.

SILVA JR, João dos Reis; LUCENA, Carlos e FERREIRA, Luciana Rodrigues. As relações entre o ensino médio e a educação superior no Brasil: profissionalização e privatização. Campinas, Educação e Sociedade, v. 32, n. 116, p. 839-856, jul./set. 2011.

SOUZA, Marcel Garcia de. O Processo de Internacionalização Promovido pela Capes na Formação de Professores da Educação Básica. 2016. Dissertação (Mestrado em educação no Programa de Pós-Graduação em Educação em Ciências: Química da Vida e Saúde), URGS: 2016.

STEWART, Thomas. Capital intelectual: a nova vantagem competitiva das empresas. Rio de Janeiro: Campus, 1998.

UNESCO. Educação para a cidadania global: preparando alunos para os desafios do século XXI. Brasília: UNESCO, 2015.

Publicado

01/01/2019

Como Citar

THIESEN, J. da S. Currículos da educação básica brasileira: convergências com o discurso educacional global em contextos de internacionalização. Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 14, n. 2, p. 420–436, 2019. DOI: 10.21723/riaee.v14i2.11306. Disponível em: https://periodicos.fclar.unesp.br/iberoamericana/article/view/11306. Acesso em: 19 abr. 2024.

Edição

Seção

Artigos teóricos