O tratamento aos mutantes como alegoria da patologização de sujeitos de gêneros não-inteligíveis: uma leitura a partir das hq dos x-men
DOI:
https://doi.org/10.22633/rpge.v24i1.13058Palabras clave:
Gênero não-inteligível, Educação sexual, Diversidade sexual.Resumen
As personagens das histórias em quadrinhos têm ganhado notoriedade ao se transpor ao mundo do cinema e da TV, em especial os X-men. Com grande potencial de reproduzir percepções e concepções sobre os mais variados aspectos da vida humana, as HQ têm servido como pano de fundo para reflexões sobre questões socioculturais e morais. Tendo como fonte de pesquisa as edições de 1 a 6 do arco Superdotados da revista Os Surpreendentes X-men, relacionaremos a patologização dos mutantes da HQ como alegoria à patologização de minorias sexuais, oferecendo material para reflexão e trabalho pelo respeito à diversidade sexual. Entendendo a oferta de uma cura mutante como alegoria da cura gay, desvelaremos a alegoria subjacente na condição das personagens e sua luta contra a patologização da condição de mutante relacionando à mesma situação com os ditos gêneros não-inteligíveis.
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