Em busca de identidade: Educação Infantil é lugar de homem?

Autores

DOI:

https://doi.org/10.21723/riaee.v15iesp3.14438

Palavras-chave:

Masculinidade e docência, Identidade profissional, Docência na creche

Resumo

Esse artigo, que tem como objetivo discutir a presença masculina no ofício docente, especificamente no espaço da Educação Infantil, foi organizado com dados obtidos em uma pesquisa, de natureza qualitativa, que investigou como diferentes atores escolares compreendem o papel social da creche e dos profissionais que nela atuam. Desta forma, são trazidas para discussão as informações obtidas junto a um estudante do curso de Pedagogia, com o uso de relatos da prática. Os dados, tratados na perspectiva da análise do discurso bahktiniana, nos levam a afirmativa de que a “aspereza masculina” é elemento da cultura e não da natureza humana – do gênero masculino. Sendo assim, é possível, razoável e aceitável a identificação dos homens com o trabalho docente na creche; bem como eles são capazes de construir as habilidades/saberes necessários (paciência, calma, tato social, sensibilidade, etc.) para a atuação profissional adequada junto às crianças deste nível de ensino.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Sílvia Adriana Rodrigues, Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS), Três Lagoas – MS

Professora Adjunta na Graduação e na Pós-Graduação em Educação (PPGE-CPAN e PPGE-CPTL).

Estefânia Manholer, Escola Neusa Assad Malta (Enam), Corumbá – MS

Psicóloga Escolar.

Alberto Albuquerque Gomes, Universidade Estadual Paulista (Unesp), Presidente Prudente – SP

Professor Assistente Doutor aposentado e Colaborador da Universidade Estadual Paulista (PPGE-FCT Unesp).

Referências

AGOSTINO, K. O estágio na educação infantil no curso de pedagogia: nova configuração, novos desafios e outros nem tão novos. Zero-a-seis, Florianópolis, v. 18, n. 33, p. 50-64, jan./jun. 2016. Disponível em: https://periodicos.ufsc.br/index.php/zeroseis/article/view/1980-4512.2016v18n33p50/31489. Acesso em: 08 set. 2020.

BADINTER, É. Um amor conquistado: o mito do amor materno. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1985.

BAKHTIN, M. M. Marxismo e filosofia da linguagem. 12. ed. São Paulo: Hucitec, 2006.

BAKHTIN, M. M. Estética da criação verbal. 6. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2011.

BARBOSA, M. C. S. Por amor e por força: rotinas na educação infantil. Porto Alegre:

Artmed, 2006.

CAMPOS, M. M. M.; GROSBAUM, M. W.; PAHIM, R.; ROSEMBERG, F. Profissionais de creche. Cadernos CEDES, Campinas, n. 9, p. 39-66, 1991.

CARVALHO, M. P. Vozes masculinas numa profissão feminina. Revista Estudos Feministas, Florianópolis, v. 6, n. 2, p. 1-17, 1998. Disponível em: https://periodicos.ufsc.br/index.php/ref/article/view/12017/11303. Acesso em: 08 set. 2020.

CERISARA, A. B. A construção da identidade das profissionais de Educação Infantil: entre o feminino e o profissional. 1996. Tese (Doutorado em Educação) – Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo, São Paulo, 1996.

CERISARA, A. B. Professoras de Educação Infantil: entre o feminino e o profissional. São Paulo: Cortez, 2002.

COSTA, S. A. “Eu caçador de mim”: a construção da identidade profissional do professor de educação infantil. Revista Exitus, Santarém, v. 04, n. 01, p. 15-29, jan./jun. 2014. Disponível em: http://www.ufopa.edu.br/portaldeperiodicos/index.php/revistaexitus/article/view/123/123. Acesso em: 07 set. 2020.

FONSECA, T. S. M. Quem é o professor homem dos anos iniciais? Discursos, representações e relações de gênero. 2011. Dissertação (Mestrado em Educação) - Universidade Federal de Juiz de Fora, Juiz de Fora, 2011.

GARCIA, C. M. O professor iniciante, a prática pedagógica e o sentido da experiência. Formação Docente - Revista Brasileira de Estudos sobre Formação Docente. Belo Horizonte, v. 2, n. 3, p. 11-49, ago./dez. 2010.

GONÇALVES, J. P. “Eu sou professor por decisão, porque eu gosto, porque é minha vida!” Paixão, identidade e formação na docência masculina. Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 15, n. 3, p. 1221-1235, jul./set. 2020. Disponível em: https://periodicos.fclar.unesp.br/iberoamericana/article/view/12389/9162. Acesso em: 07 set. 2020.

LOURO, G. L. Gênero, sexualidade e educação: uma perspectiva pós-estruturalista. 6. ed. Petrópolis: Vozes, 1997a.

LOURO, G. L. Mulheres na sala de aula. In: DEL PRIORE, M. (org.). História das mulheres no Brasil. São Paulo: Contexto, 1997b.

NÓVOA, A. Formação de professores e profissão docente. In: NÓVOA, A. (org.). Os professores e a profissão. Lisboa: Dom Quixote, p. 15-33, 1992.

NÓVOA, A. Formação de professores e trabalho pedagógico. Lisboa: Educa, 2002.

OLIVEIRA, Z. M. R. Como definir uma pedagogia que oriente o trabalho em creche. Revista Pátio Educação Infantil, ano V, n. 13, p. 14-16, mar./jul. 2007.

REIS, P. G. As narrativas na formação de professores e na investigação em educação. Nuances: estudos sobre Educação, Presidente Prudente, ano XIX, v. 15, n. 16, p. 17-34, jan./dez. 2008.

RODRIGUES, S. A. Viajando pela educação da primeiríssima infância: sentidos, crenças e valores que sustentam os saberes e as práticas pedagógicas na/da creche. 2016. 253f. Tese (Doutorado em Educação) - Universidade Estadual Paulista, Faculdade de Ciências e Tecnologia, Presidente Prudente, 2016. Disponível em: https://repositorio.unesp.br/handle/11449/144379. Acesso em: 20 ago. 2020.

SAYÃO, D. T. Relações de gênero e trabalho docente na educação infantil: um estudo de professores em creche. 2005. 274f. Tese (Doutorado em Educação) – Universidade Federal de Santa Catarina, Faculdade de Educação, Florianópolis, 2005.

SILVA, D. A. et al. É só brincadeira de criança? Discussões sobre cooperação e competição na construção das relações de gênero de escolares. Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 14, n. 3, p. 1111-1123, jul./set., 2019. Disponível em: https://periodicos.fclar.unesp.br/iberoamericana/article/view/10990/8247. Acesso em: 07 set. 2020.

SILVA, P. R. A docência masculina na educação infantil. Revista Pátio Educação Infantil, ano XIII, n. 45, p. 20-23, out./dez. 2015.

SOUZA, D. B.; RODRIGUES, S. A.; GOMES, A. A. Aprendizagem da docência: o papel do estágio na formação de profissionais da Educação Infantil. In: Jornada Brasileira de Educação e Linguagem e X Jornada de Educação do Mato Grosso do Sul. I, 2014, Campo Grande. Anais on line. Campo Grande: UCDB, p. 1-11, 2014.

SZYMANSKI, H. A entrevista na pesquisa em educação: a prática reflexiva. Brasília: Líber livro, 2004.

VALLE, I. R. Carreira do magistério: uma escolha profissional deliberada? Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos, Brasília, v. 87, n. 216, p. 178-187, maio/ago. 2006. Disponível em: http://rbep.inep.gov.br/index.php/rbep/article/view/792/767. Acesso em: 18 nov. 2013.

Publicado

30/10/2020

Como Citar

RODRIGUES, S. A.; MANHOLER, E.; GOMES, A. A. Em busca de identidade: Educação Infantil é lugar de homem?. Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 15, n. esp3, p. 2298–2313, 2020. DOI: 10.21723/riaee.v15iesp3.14438. Disponível em: https://periodicos.fclar.unesp.br/iberoamericana/article/view/14438. Acesso em: 22 nov. 2024.