Fonoaudiologia na escola: a abordagem dialógica como estratégia desmedicalizante

Autores

DOI:

https://doi.org/10.21723/riaee.v15iesp5.14572

Palavras-chave:

Escola, Fonoaudiologia, Dificuldades de aprendizagem, Fonoaudiologia educacional, Medicalização

Resumo

Trata-se de estudo de caso longitudinal sobre um trabalho fonoaudiológico realizado em escola pública da cidade de São Paulo, que buscou fomentar estratégias educacionais não medicalizantes e potencializadoras do aprendizado de crianças com dificuldades escolares. Como aporte teórico-metodológico utilizou-se a abordagem dialógica de cunho bakhtiniano, que visa a compreensão dos discursos produzidos no espaço escolar, resultantes de um cruzamento de vozes, nem sempre consonantes. Este trabalho, realizado em três etapas, durante dois anos, teve participação de 20 professores, nas duas primeiras etapas e, na terceira, de 48 estudantes dos anos iniciais e 4 professores de seis salas de apoio. A análise dos dados coletados das rodas de conversas das primeiras etapas e das oficinas de linguagem da terceira revelou a existência de múltiplas vozes no processo de aprendizagem dos estudantes, ampliando a compreensão das dificuldades e favorecendo uma mudança de postura dos professores frente ao aprendiz com problemas. Professores mais potentes não só contribuíram para a transformação das dificuldades dos estudantes, devolvendo-os para suas salas regulares, como sentiram-se mais seguros em dar aulas nesses espaços, pois experimentaram suas próprias potências para o trabalho pedagógico.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Maria Lucia Hage Masini, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC/SP), São Paulo – SP

Docente no Curso de Fonoaudiologia da Faculdade de ciências humanas e da saúde (FACHS). Doutorado em Linguística Aplicada e Distúrbios da Linguagem. Doutorado em Linguística Aplicada e Estudos da Linguagem (PUC/SP).

Jason Gomes Rodrigues Santos, Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), São Paulo – SP

Doutorando no Programa de Pós-graduação em Educação e Saúde na Infância e na Adolescência.

Referências

BAKHTIN, M. Marxismo e filosofia da linguagem. 3. ed. São Paulo: Ed. Hucitec, 1986.

BAKHTIN, M. Problemas da poética de Dostoiévski. 2. ed. Revista. Trad. Paulo Bezerra. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1997.

BAKHTIN, M. Questões de literatura e de estética: a teoria do romance. 4. ed. São Paulo: Ed. UNESP, 1998.

FÓRUM Sobre Medicalização. Carta do IV Seminário Internacional A Educação Medicalizada: Desver o Mundo, Perturbar os Sentidos. In: SEMINÁRIO INTERNACIONAL A EDUCAÇÃO MEDICALIZADA: DESVER O MUNDO, PERTURBAR OS SENTIDOS, 4., 2015, Salvador. Anais [...]. Salvador, BA, 2015. Disponível em: http://anais.medicalizacao.org.br/index.php/educacaomedicalizada/article/view/4. Acesso em: 21 mar. 2020.

GOFFMAN, E. Estigma: notas sobre a manipulação da identidade deteriorada. Rio de Janeiro, RJ: Zahar, 2004.

MOSCOVICI, S. Representações sociais: investigações em psicologia social. 9. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2007.

OLIVEIRA, F. et al. Salas de apoio à aprendizagem: significações de dificuldades de aprendizagem para alunos e professores. In: CONGRESSO NACIONAL DE EDUCAÇÃO, 9., 2009, Curitiba. Anais [...]. Curitiba, PR: PUC-PR, 2009. disponível em https://educere.bruc.com.br/arquivo/pdf2009/3474_1945.pdf. Acesso em: 20 abr. 2020.

Publicado

01/12/2020

Como Citar

MASINI, M. L. H.; SANTOS, J. G. R. Fonoaudiologia na escola: a abordagem dialógica como estratégia desmedicalizante. Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 15, n. esp5, p. 3020–3037, 2020. DOI: 10.21723/riaee.v15iesp5.14572. Disponível em: https://periodicos.fclar.unesp.br/iberoamericana/article/view/14572. Acesso em: 22 nov. 2024.

Artigos Semelhantes

Você também pode iniciar uma pesquisa avançada por similaridade para este artigo.