Educação popular e expedições pedagógicas na prática educativa do povo indígena Gamela

Direitos e resistências étnicas

Autores

DOI:

https://doi.org/10.21723/riaee.v17iesp.2.16979

Palavras-chave:

Educação popular, Expedições pedagógicas, Povos indígenas Gamela, Piauí

Resumo

Os saberes originários e ancestrais do povo indígena Gamela, fundamentados na Educação Popular, protagonizam a luta pela permanência na terra e a autoidentificação de sua etnia, e constituem o tema central desse estudo. O questionamento de partida: como a Educação Popular contribui com processos formativos e educativos na luta do povo indígena Gamela, na comunidade Laranjeiras no Sul do Piauí? A abordagem qualitativa, a pesquisa do tipo investigação-ação participante, em Borda (1981), e a análise dialética qualificam a metodologia de descolonização do conhecimento na luta pelo direito ao território. As expedições pedagógicas reafirmam as experiências, os processos educativos e formativos do povo indígena Gamela, baseado na educação para o uso dos recursos hídricos, para o manejo sustentável das plantas nativas, como o buriti, e a luta pela posse da terra, enfatizando a diferença entre os direitos da posse da terra indígena e da terra civil, conforme prevê a constituição brasileira.

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Biografia do Autor

Maria do Socorro Pereira da Silva, Universidade Federal do Piauí (UFPI), Teresina – PI – Brasil

Docente do curso de Licenciatura em Educação do Campo. Doutora em Educação (UFPI).

Thaynan Alves dos Santos, Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB), Teixeira de Freitas – BA – Brasil

Mestrando em Ciências e Sustentabilidade.

José Wylk Brauna da Silva, Universidade de Brasília (UNB), Planaltina – DF – Brasil

Mestrando em Desenvolvimento Rural e Sustentabilidade.

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Publicado

30/06/2022

Como Citar

SILVA, M. do S. P. da; SANTOS, T. A. dos; SILVA, J. W. B. da. Educação popular e expedições pedagógicas na prática educativa do povo indígena Gamela: Direitos e resistências étnicas. Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. esp.2, p. 1301–1320, 2022. DOI: 10.21723/riaee.v17iesp.2.16979. Disponível em: https://periodicos.fclar.unesp.br/iberoamericana/article/view/16979. Acesso em: 30 dez. 2024.