EPISTEMOLOGIA DO AMBIENTE PARA A CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE: VALIDAÇÃO DE UM INSTRUMENTO DIAGNÓSTICO

Autores

DOI:

https://doi.org/10.21723/riaee.v19iesp.1.18416

Palavras-chave:

Educação ambiental, Concepção ambiental, Análise Quantitativa, Educação Básica

Resumo

A relação entre clima e biodiversidade é complexa e necessita de pesquisas que, mediante às crises ambientais, sociais e econômicas, guiem tomadas de decisão para a conservação da biodiversidade, ambiental e socialmente adequadas e viáveis. Neste sentido, é imperativo apontar caminhos, principalmente por meio da Educação Ambiental, adaptados às concepções e valores sobre proteção da biodiversidade encontrados na sociedade, de modo a fornecer respostas tão rápidas e eficientes quanto as crises ambientais demandam. Sendo assim, este artigo objetivou apresentar a validação e as potencialidades de um instrumento diagnóstico que auxilie a compreensão desta gama de valores e ideias. O instrumento, construído com base no escalonamento Likert, foi validado semântica e estatisticamente e resultou em três eixos de análise potenciais: antrópico, biológico e geossistêmico. Eixos esses que podem ser analisados conforme contexto de aplicação, articulam questões envolvidas na complexidade de fatores ambientais e orientam tomadas de decisão na área ambiental.

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Biografia do Autor

Thais Adrianne Silva Reinaldo, Universidade Estadual Paulista (UNESP), Bauru – SP – Brasil.

Universidade Estadual Paulista (UNESP), Bauru – SP – Brasil. Doutoranda no Programa de Pós-Graduação em Educação para a Ciência da Faculdade de Ciências

Luene Pessoa Vicente, Universidade de São Paulo (USP), Ribeirão Preto – SP – Brasil.

Universidade de São Paulo (USP), Ribeirão Preto – SP – Brasil. Doutoranda no Programa de Pós-Graduação em Biologia Comparada da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras.

Ariadne Dall'acqua Ayres, FFCLRP/USP

Doutoranda pelo PPG em Biologia Comparada (USP) com projeto de pesquisa relacionado ao uso e ocupação de territórios indígenas, atrelando aspectos bioeconômicos e da conservação da biodiversidade, de acordo com a abordagem dos sistemas socioecológicos. Bacharela e Licenciada em Ciências Biológicas pela Universidade de São Paulo (FFCLRP/USP. Mestra em Ciências pelo Programa de Pós-Graduação em Biologia Comparada (FFCLRP-USP), com pesquisa junto ao povo Kaingang e sua relação com a conservação da biodiversidade. Integrante da Rede Internacional de Pesquisadores sobre Povos Originários e Comunidades Tradicionais - RedeCT.

Fernanda da Rocha Brando, FFCLRP/USP

Bióloga. Professora Livre Docente junto ao Departamento de Biologia da USP em Ribeirão Preto. Doutora e Mestre em Educação para a Ciência e Especialista em Gestão Ambiental. Atua na formação interdisciplinar de biólogos e produção de recursos didáticos em temas como Política, Gestãoe Educação Ambiental. Tem interesse de pesquisa em temas como: Ensino de Ciências e Biologia, Epistemologia, Biologia Teórica, História da Ecologia, História Ambiental, Filosofia Peirceana, Sustentabilidade e Educação Ambiental.

Ana Maria de Andrade Caldeira , Universidade Estadual Paulista (UNESP), Bauru – SP – Brasil.

Universidade Estadual Paulista (UNESP), Bauru – SP – Brasil. Professora Aposentada Voluntária no Departamento de Educação da Faculdade de Ciências. 1 a 6 Rede de Diagnóstico Ambiental – Convênio UNESP e USP – Grupo de Pesquisa em Epistemologia da Biologia (GPEB, FC-UNESP) e Laboratório de Epistemologia e Didática da Biologia (LEDiB, FFCLRP-USP)

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Publicado

07/06/2024

Como Citar

REINALDO, T. A. S.; VICENTE, L. P.; FREITAS SILVEIRA, A.; DALL’ACQUA AYRES, A.; DA ROCHA BRANDO, F.; CALDEIRA , A. M. de A. EPISTEMOLOGIA DO AMBIENTE PARA A CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE: VALIDAÇÃO DE UM INSTRUMENTO DIAGNÓSTICO. Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 19, n. esp.1, p. e024054, 2024. DOI: 10.21723/riaee.v19iesp.1.18416. Disponível em: https://periodicos.fclar.unesp.br/iberoamericana/article/view/18416. Acesso em: 11 out. 2024.