Investigação da violência de gênero na América Latina e Caribe: pequena revisão da literatura (2017-2019)

Autores

DOI:

https://doi.org/10.22633/rpge.v24i2.13812

Palavras-chave:

Violência de gênero, Educação Sexual, América Latina, Caribe.

Resumo

A violência de gênero assume importante espaço de produção de conhecimento para a área da Educação Sexual, principalmente quando inserimos estes estudos em contextos educativos que se voltam para um currículo para a escola de educação básica e ensino superior, para ações em espaços sociais como os coletivos dos movimentos sociais, partidos políticos e frentes de empoderamento feminino, espaços estes que podem desenvolver lutas contra o feminicídio e as diversas violências sofridas pelas mulheres e outros grupos de gênero “não masculinos”. A situação da violência de gênero se agrava em nosso atual estado de pandemia proporcionado pelo novo Corona Vírus, que obrigando a sociedade ao isolamento social, fez com que casais e famílias passassem muito mais momentos juntos, fator desencadeador do aumento da violência contra a mulher. Estas alterações no modo de vida das famílias revelam a importância de estudos na área da Educação Sexual neste tema. Optamos, portanto, em fazer um levantamento acerca dos estudos publicados nos últimos três anos e divulgados no Google Acadêmico, cuja descrição e análise fornecessem elementos que pudessem desencadear uma discussão sobre a violência de gênero na América Latina e Caribe entre pesquisadores e profissionais que atuam com Educação Sexual.  construindo um encaminhamento de pesquisas na temática no campo da Educação Sexual a partir das tendências dos estudos dos últimos três anos. Verificamos que há poucos estudos publicados, especificamente sobre o Caribe, aspecto que sugere a necessidade de ampliação do espaço investigativo e do investimento em pesquisas sobre violência de gênero.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Solange Aparecida de Souza Monteiro, Universidade Estadual Paulista (UNESP) – Araraquara – SP

Mestre em Processos de Ensino, Gestão e Inovação. Doutoranda em Educação Escolar na UNESP.

Claudionor Renato da Silva, Universidade Federal de Jataí (UFJ) – Jataí – GO

Doutor em Educação Escolar. Professor Adjunto na Universidade Federal de Jataí.

Paulo Rennes Marçal Ribeiro, Universidade Estadual Paulista (UNESP) – Araraquara – SP

Doutor em Saúde Mental e Livre-Docente em Sexologia e Educação Sexual. Professor Associado no Departamento de Psicologia da Educação e no Mestrado em Educação Sexual.

Referências

ALVAREZ, S. E. Engajamentos Ambivalentes, Efeitos Paradoxais: Movimentos feminista e de mulheres na América Latina e/em/contra o desenvolvimento. Revista Feminismos, nº. 4, Bahia, 2014.

ALVES, J. E. D.; CORRÊA, S. Igualdade e desigualdade de gênero no Brasil: um panorama preliminar 15 anos depois do Cairo. In: Brasil, 15 anos após a Conferência do Cairo. Campinas: ABEP/UNFPA – United Nations Population Fund, p. 121-224, 2009.

APONTE SÁNCHES, E.; FEMENIAS, M. L. Articulaciones sobre la violencia contra las mujeres. La Plata: Universidad Nacional de La Plata, 2008.

ARNOLD, D. Y. (Comp.). Além do silêncio. As fronteiras de gênero nos Andes. La Paz: Biblioteca Andina, 1997.

BÁRCENA, A. ¿Qué estado para qué igualdad? Brasília: Secretaria Ejecutiva de la Comisión Económica para América Latina y el Caribe, 2010.

BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Saúde, migração, tráfico e violência contra mulheres: o que o SUS precisa saber. 1. ed. Brasília: Ministério da Saúde, 2013.

BUTLER, J. Bodies that matler: on the discursive limits of sex. Abingdon (England): Routledge, 1993.

CASTRO, R. RIQUER, F. La investigación sobre violencia contra las mujeres en América Latina: entre el empirismo ciego y la teoría sin datos. Rio de Janeiro: Cadernos de Saúde Pública, v. 19, n. 1, p. 135-146, 2003.

CEPAL. NACIONES UNIDAS. La autonomia de las mujeres em escenarios económicos cambiantes. Santiago, Chile: CEPAL, 2019.

CEPAL. NACIONES UNIDAS. Panorama social da América Latina, 2019. Resumo executivo. Santiago, Chile: CEPAL, 2020.

COS-MONTIEL, F. Eliminar la violencia contra las mujeres en América Latina y el Caribe: objetivo imprescindible para el desarrollo sostenible, la igualdad y la paz. Madrid: Fundación Carolina, Análises Carolina, v. 19, p. 1-13, 2019.

DI PIERO, M. F. et al. Direitos humanos das mulheres: a luta contra a violência de gênero. São Carlos: Pedro & João Editores, 2019.

GIANINI, R. A et al. A agenda sobre mulheres, paz e segurança no contexto latino-americano: desafios e oportunidades. Artigo Estratégico 32. Rio de Janeiro: Instituto Igarapé - Rede de Mulheres, Paz e Segurança – Brasil, 2018.

GUAJARDO SOTO, G.; CENITAGOYA GARÍN, V. (Eds.). Feminicidio y suicio de mujeres por razones de género. Desafios y aprendizajes em la Cooperación Sur-Sur en America Latina y el Caribe. Santiago de Chile: Ediciones FLACSO, 2017.

LIMA, F. S.; COLOMBO, M. A. Pensamento descolonial e feminismo negro na América Latina. Belo Horizonte: Mentum, v. 14, n. 1, p. 181-201, 2019.

MARQUES, B. M. A atuação do movimento Ni Una Menos como rede (feminista) de ativismo transnacional na luta contra a violência de gênero na Argentina (2014-2016). Fronteira, Revista de Iniciação Científica em Relações Internacionais, v.18, n. 35, p. 62-97, 2019.

MARQUES, R. M.; BARBOSA, E. C.; HUTZ, A. A situação da mulher na América Latina e no Caribe. Brasília: Temporalis, ano 10, n. 20, p.197-220, 2010.

MEJÍA, M. C. et al. Factores de riesgo e indicadores de violencia de género en mujeres socias de bancos comunitarios en Chimborazo. Ecuador. Revista Espacios, v. 40, n. 32, p. 23-31, 2019.

MOGHADAM, V. (Org). The Oxford Handbook of Transnational Feminist Activism. Oxford: Ed. Oxford, 2015.

MONJE, F. R.; FOLLE, M. Z. Violencia de género contra las mujeres en América Latina: una reflexión crítica en torno a las agendas de género en la integración regional. Los casos de MERCOSUR y SICA. Revista Aportes para la Integración Latinoamericana, Año XXV, nº 41, p. 1-22, 2019.

NERI, F. S. Política de atención a mujeres em situación de violencia: um estúdio exploratório em Ciudad del Este y Foz de Yguazú. Revista MERCOSUL de Políticas Sociales, v. 3, p. 139-155, 2019.

OBSERVE. OBSERVATÓRIO DA LEI MARIA DA PENHA. Condições para aplicação da Lei 11.340/2006 (Lei Maria da Penha) nas Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher (DEAMS) e nos Juizados de Violência Doméstica e Familiar nas capitais e no Distrito Federal. Salvador: Observe-Observatório da Lei Maria da Penha, 2010.

OMS. Estimativas globais e regionais da violência contra a mulher: prevalência e efeitos na saúde da violência por parceiro íntimo e violência sexual sem parceiro. Genebra: Organização Mundial da Saúde, 2013.

ONU MUJERES. El progreso de las mujeres en el mundo: en busca de la justicia. 2011-2012. New York: ONU, 2012.

ONU MULHERES. Entidade das Nações Unidas para a Igualdade de Gênero e o Empoderamento das Mulheres. Diretrizes Nacionais Feminicídio: investigar, processar e julgar. Com perspectiva de gênero as mortes violentas de mulheres. Secretaria de Políticas para Mulheres/Ministério da Mulher, da Igualdade Racial e dos Direitos Humanos: Brasília, 2016.

PEREIRA, A. C. Tolerância institucional à violência contra as mulheres. Brasília: CFEMEA, 2014.

SAFFIOTI, H. I. B. Gênero, patriarcado, violência. São Paulo: Fundação Perseu Abramo, 2004.

SAMPIERI, R. H.; COLLADO, C. F.; LUCIO, P. B. Metodologia de Pesquisa. São Paulo: Mc Graw Hill do Brasil, 2006.

SAMPIERI, R. H.; COLLADO, C. F.; LUCIO, M. P. B. Metodologia da pesquisa. 5.ª ed. Porto Alegre: Artmed, 2006.

SCHWAB, K. The global gender gap report. World Economic Forum. Geneva, 2017.

SIKKINK, K.; KECK, M. E. Activists beyond borders: advocacy net ¬ works in international politics. Ithaca: Cornell University Press, 1998.

SILVA, C. R. Violência de gênero no Brasil e na América Latina: um enfoque psicanalítico – a produção de conhecimento e perspectivas de enfrentamento. Doxa: Revista Brasileira de Psicologia e Educação, v. 20, n.º 1, jan./jun., 2018. Disponível em: https://periodicos.fclar.unesp.br/doxa/article/view/11284. Acesso em 08 mai. 2020.

SOARES, D. Z.; CHARLES, C. J. N.; CERQUEIRA, C. A. X. Feminicídio no Brasil: gênero de quem mata e de quem morre. In: XIII ENANPEGE, 2 a 7 de setembro de 2019, São Paulo.

TELES, M. A. A.; MELO, M. O que é violência contra a mulher. São Paulo: Brasiliense, 2002.

TONELLI, M. J. F.; BEIRAS, A.; RIED, J. Homens autores de violência contra mulheres: políticas públicas, desafios e intervenções possíveis na América Latina e Portugal. Florianópolis: Revista de Ciências Humanas, v. 51, n. 1, p. 174-193, 2017.

WAISELFISZ, J. J. Mapa da violência 2015: homicídio de mulheres no Brasil. ONU Mulheres: Brasília, 2015.

YALEUMA, L. P.; VELOZ, S. P. Factores de riesgo e indicadores de violencia de género en mujeres socias de bancos comunitarios en Chimborazo. Ecuador. Revista Espacios, v. 40, n. 32, p. 23-31, 2019.

Publicado

09/04/2020

Como Citar

MONTEIRO, S. A. de S.; SILVA, C. R. da; RIBEIRO, P. R. M. Investigação da violência de gênero na América Latina e Caribe: pequena revisão da literatura (2017-2019). Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 24, n. 2, p. 650–667, 2020. DOI: 10.22633/rpge.v24i2.13812. Disponível em: https://periodicos.fclar.unesp.br/rpge/article/view/13812. Acesso em: 8 nov. 2024.

Edição

Seção

Artigos