Aplicativos de musculação como dispositivos biopolíticos de educação do corpo

Autores

DOI:

https://doi.org/10.22633/rpge.v25i3.15467

Palavras-chave:

Educação do corpo, Aplicativos de musculação, Biopolítica

Resumo

O presente ensaio tem como objetivo interpelar os aplicativos de musculação como espaços contemporâneos de educação do corpo na medida em que atuam como dispositivos biopolíticos de controle e produção de corpos padronizados. Para sustentar tal argumento reflexionamos a partir de dois aplicativos de musculação que se enquadram na categoria denominada “saúde e fitness”; são eles: “BodBot Personal Trainer” e “Exercícios em Casa – Sem Equipamentos”. Concluímos que esses dispositivos têm poderes apelativos que visam à homogeneização das condutas corporais, à normalização do corpo e o governo de si. Ou seja, grosso modo, são dispositivos biopolíticos.

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Biografia do Autor

Carleane Soares, Universidade Federal de Sergipe (UFS), São Cristóvão – SE

Mestranda no Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGED/UFS).

Filipe Santos Ribeiro, Universidade Federal de Sergipe (UFS), São Cristóvão – SE

Graduando no Curso de Licenciatura em Educação Física da UFS.

Fabio Zoboli, Universidade Federal de Sergipe (UFS), São Cristóvão – SE

Professor do Programa de Pós-graduação em Educação da Universidade Federal de Sergipe (PPGED/UFS). Doutorado em Educação (UFBA).

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Publicado

08/12/2021

Como Citar

SOARES, C.; RIBEIRO, F. S.; ZOBOLI, F. Aplicativos de musculação como dispositivos biopolíticos de educação do corpo. Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 25, n. 3, p. 2475–2492, 2021. DOI: 10.22633/rpge.v25i3.15467. Disponível em: https://periodicos.fclar.unesp.br/rpge/article/view/15467. Acesso em: 21 dez. 2024.

Edição

Seção

Artigos