Universidade e relações de gênero
Narrativas sobre feminilidades e masculinidades na Educação Superior
DOI:
https://doi.org/10.21723/riaee.v18i00.17700Palavras-chave:
Universidade, Gênero, Ensino superior, Feminilidades, MasculinidadesResumo
O presente estudo problematiza as relações de gênero no Ensino Superior a partir das dicotomias entre feminilidades e masculinidades. De abordagem qualitativa, a produção das narrativas ocorreu por meio de entrevistas individuais semiestruturadas em três cursos de graduação da Universidade de Pernambuco, Campus Petrolina: Licenciatura Plena em Pedagogia, Licenciatura Plena em Matemática e Bacharelado em Enfermagem. Em linhas gerais, a produção de dados da pesquisa aponta para as dissonâncias e os processos de exclusão que atravessam o cotidiano institucional, o fazer docente e os currículos dos cursos estudados, no que concerne à manutenção de práticas marcadas pelo sexismo, binarismos e padrões heteronormativas na universidade. A Educação Superior, conforme as narrativas analisadas, reproduz iniquidades de gênero que têm nos modelos de feminilidade e masculinidade hegemônicos o fundamento para a manutenção de discursos e mecanismos de poder que repercutem, sobretudo, nas experiências e processos formativos de mulheres e pessoas LGBTQIAP+.
Downloads
Referências
ABREU, J. J. V. Masculinidades na cultura escolas dos cursos de Licenciatura em Pedagogia de instituições públicas e privadas de Teresina-PI. 2017. 204 f. Tese (Doutorado em Educação) – Programa de Pós-graduação em Educação, Universidade Federal do Piauí, Teresina, 2017.
ALMEIDA, M. C. P.; LIMA, M. A. D. S.; LIMA, C. C. A utilização da observação participante e da entrevista semi-estruturada na pesquisa em enfermagem. Revista Gaúcha de Enfermagem, Porto Alegre, v. 20, p. 130-142, 1999. Disponível em: https://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/23461/000265980.pdf. Acesso em: 02 ago. 2022.
BANDEIRA, L.; OLIVEIRA, E. M. Representações de gênero e moralidade na prática profissional da Enfermagem. Revista Brasileira de Enfermagem, Brasília, v. 51, n. 4, p. 677-696, out./dez. 1998. Disponível em: https://www.scielo.br/j/reben/a/tzSWPrNwYZcjzhCZncXjFqk/?lang=pt. Acesso em: 9 dez. 2022.
BARBOSA, L. A. L. Masculinidades, feminilidades e educação matemática: análise de gênero sob ótica discursiva de docentes matemáticos. Educação e Pesquisa, São Paulo, v. 42, n. 3, p. 697-712, jul./set. 2016. Disponível em: https://www.scielo.br/j/ep/a/8qDbYyF3Pph7fVmL6DY58Pw/?lang=pt. Acesso em: 8 jan. 2023.
BORTOLINI, A.; VIANNA, C. P. Política de educação em gênero e diversidade sexual: Histórico e presente da experiência brasileira. Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. esp. 3, p. 2215–2234, 2022. Disponível em: https://periodicos.fclar.unesp.br/iberoamericana/article/view/16691. Acesso em: 1 fev. 2023.
BRABO, T. S. A. M.; ORIANI, V. P. Relações de gênero na escola: feminilidade e masculinidade na Educação Infantil. Educação Unisinos, v. 17, n. 2, p. 145-154, maio/ago. 2013. Disponível em: https://revistas.unisinos.br/index.php/educacao/article/view/edu.2013.172.07. Acesso em: 12 ago. 2023.
BUTLER, J. Problemas de gênero: feminismo e subversão da identidade. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2018.
CARDOSO, F. S.; CARVALHO, M. F. Questões teórico-epistemológicas à pesquisa social contemporânea: o pesquisador, o ator social e outros aspectos. Cadernos da FUCAMP, v. 17, n. 30, p. 36-50, 2018. Disponível em: https://revistas.fucamp.edu.br/index.php/cadernos/article/view/1307. Acesso em: 02 fev. 2023.
CASTRO, R. P.; REIS, N. Romper binários de gênero e sexualidade: ensaiar uma educação não-binária. MARGENS – Revista Interdisciplinar, v. 11, n. 17, p. 108-124, dez. 2017. Disponível em: http://periodicos.ufpa.br/index.php/revistamargens/article/view/5437. Acesso em: 18 jan. 2023.
FERNANDES, M. C. V. A inserção e vivência da mulher na docência de Matemática: uma questão de gênero. 2006. 107 f. Dissertação (Mestrado em Educação) – Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa, 2006.
GOMES, R. Análise e interpretação de dados de pesquisa qualitativa. In: MINAYO, M. C. S.; GOMES, R. (org.). Pesquisa social: teoria, método e criatividade. 31. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2012.
GUEDES, M. C. A presença feminina nos cursos universitários e nas pós-graduações: desconstruindo a ideia da universidade como espaço masculino. História, Ciências, Saúde-Manguinhos, v. 15, p. 117-132, jan. 2008. Disponível em: https://www.scielo.br/j/hcsm/a/tPvR4dWz5GzGCgn4c6GCZHp/?lang=pt. Acesso em: 18 jan. 2023.
LIMA, F. I. et al. A influência da construção de papeis sociais de gênero na escolha profissional. DOXA: Revista Brasileira de Psicologia e Educação, Araraquara, v. 19, n. 1, p. 33–50, 2017. Disponível em: https://periodicos.fclar.unesp.br/doxa/article/view/10818/7004. Acesso em: 18 jan. 2023.
MISKOLCI, R. Teoria queer: um aprendizado pelas diferenças. 2. ed. Belo Horizonte: Autêntica; UFOP, 2013.
MORENO, M. Como se ensina a ser menina: o sexismo na escola. São Paulo: Moderna, 1999.
PEREIRA, F. G. Homens no curso de Pedagogia: “as razões no improvável”. 2013. 146 f. Dissertação (Mestrado em Educação) – Programa de Pós-graduação em Educação, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2013.
PERES, W. S. Cenas de exclusões anunciadas: travestis, transexuais, transgêneros e a escola brasileira. In: JUNQUEIRA, R. D. (org.). Diversidade sexual na escola: problematizações sobre a homofobia nas escolas. Brasília, DF: Ministério da Educação; Secretaria de Educação Continuada; Alfabetização e Diversidade; UNESCO, 2009.
PINTO, É. J. S.; CARVALHO, M. E. P.; RABAY, G. As relações de gênero nas escolhas de cursos superiores. Revista Tempos e Espaços em Educação, v. 10, n. 22, p. 47-58, maio/ago. 2017. Disponível em: https://periodicos.ufs.br/revtee/article/view/6173. Acesso em: 1 dez. 2022.
SANTOS, M. B. A participação das mulheres no ensino superior. Revista Três Pontos, v. 11, n. 11, p. 47-59, 2014. Disponível em: https://periodicos.ufmg.br/index.php/revistatrespontos/article/view/3276. Acesso em: 1 dez. 2022.
SCOTE, F. D.; GARCIA, M. R. V. Trans-formando a universidade: um estudo sobre o acesso e a permanência de pessoas Trans no Ensino Superior. Revista do Centro de Ciências da Educação, Florianópolis, v. 38, n. 2, p. 1-25, abr./jun. 2020. Disponível em: https://periodicos.ufsc.br/index.php/perspectiva/article/view/2175-795X.2020.e65334. Acesso em: 1 fev. 2023.
SIMÕES, H. C. G. Q.; CARDOSO, F. S.; SILVA, A. M. M. Educação em direitos humanos, formação de sujeitos de direito e dignidade humana: fundamentos teóricos, epistêmicos e políticos. Momento - Diálogos em Educação, v. 31, n. 01, p. 116-134, 2022. Disponível em: https://periodicos.furg.br/momento/article/view/13660. Acesso em: 2 fev. 2023.
SOUZA, J. H. As implicações do sexismo benévolo na afirmação de estereótipos femininos. Cadernos de Gênero e Diversidade, v. 2, n. 1, p. 5-10, 2016. Disponível em: https://periodicos.ufba.br/index.php/cadgendiv/article/view/16529/13006. Acesso em: 1 fev. 2023.
VARGAS CARNEIRO, L. A.; BRIDI, F. R. S. Políticas públicas de ensino superior no Brasil: um olhar sobre o acesso e a inclusão social. Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 15, n. 1, p. 146–158, 2020. Disponível em: https://periodicos.fclar.unesp.br/iberoamericana/article/view/12059/8802. Acesso em: 1 fev. 2023.
ZARBATO, J. A. M.; MARTINS, L. S. Ensino superior e o empoderamento feminino: Percursos possíveis em tempos de pandemia. Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. esp. 2, p. 1132–1149, 2022. Disponível em: https://periodicos.fclar.unesp.br/iberoamericana/article/view/16985. Acesso em: 1 fev. 2023.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2023 José Raimundo da Silva Júnior, Fernando da Silva Cardoso, Mário de Faria Carvalho
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International License.
Manuscritos aceitos e publicados são de propriedade dos autores com gestão da Ibero-American Journal of Studies in Education. É proibida a submissão total ou parcial do manuscrito a qualquer outro periódico. A responsabilidade pelo conteúdo dos artigos é exclusiva dos autores. A tradução para outro idioma é proibida sem a permissão por escrito do Editor ouvido pelo Comitê Editorial Científico.