Internacionalização dos sistemas de avaliação: evidências de Brasil e Chile

Autores

DOI:

https://doi.org/10.21723/riaee.v14iesp.3.12766

Palavras-chave:

Avaliação, Internacionalização, Chile, Brasil.

Resumo

O artigo sugere a existência de uma agenda internacional para a educação, promovida pelas Organizações Internacionais, a partir da qual se promove a expansão de sistemas de avaliação da qualidade da educação. O estudo foi realizado a partir de análises de documentos internacionais e nacionais que tratam sobre as avaliações externas nos sistemas educacionais do Brasil e Chile. Em particular, analisaram-se documentos de política educacional centrados no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica, no Brasil, e no Sistema de Medição da Qualidade da Educação, no Chile. As análises evidenciam a presença de estratégias ideológico-discursivas comuns entre as Organizações Internacionais e as elites políticas locais, que apontam a legitimidade e naturalização dos sistemas de avaliação da qualidade, assim como do contexto político em que se inserem, apagando de sua textualidade possíveis resistências e discursos alternativos.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Fabiano Antonio dos Santos, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul – (UFMS), Campus do Pantanal, Corumbá – Mato Grosso do Sul.

Professor do Curso de Pedagogia e do Programa de Pós-graduação em educação (PPGE/CPAN).

María Teresa Flórez Petour, Universidade do Chile – (UChile), Faculdade de Filosofia e Humanidades, Santiago.

Professora Assistente do Departamento de Estudos Pedagógicos da Universidade do Chile, na área de Avaliação de e para a Aprendizagem.

Referências

ARAÚJO, C. H.; LUZIO, N. Avaliação da Educação Básica: em busca da qualidade e eqüidade no Brasil. Brasília, DF: Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira, 2005.

BELLEI, C. El gran experimento: Mercado y privatización de la educación chilena. Santiago de Chile: LOM, 2015.

BONAMINO, A.; FRANCO, C. Avaliação e política educacional: o processo de institucionalização do SAEB. Cadernos de Pesquisa, São Paulo, s/v, nº. 108, p. 101-132, 1999. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-15741999000300005&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt. Acesso em 20 de mar. 2019.

BRASIL. PISA 2000: relatório nacional. Brasília, 2001.

BRASIL. O desafio de uma educação de qualidade para todos: educação no Brasil – 1990-2000. Brasília, 2004.

BRASIL. Decreto nº. 6.064, de 24 de abril de 2007. Dispõe sobre a implementação do Plano de Metas Compromisso Todos pela Educação. Planalto, Brasília: DF, 24 abr. 2007. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2007/decreto/d6094.htm. Acesso em 21 mar. 2019

BRASIL. Avaliações da educação básica em debate: ensino e matrizes de referência das avaliações em larga escala. Brasília, 2013.

BRASIL. Sistema de avaliação da educação básica: documentos de referência. Versão 1.0. Brasília, DF: INEP, 2018.

BRASIL. Portaria nº. 271, de 22 de março de 2019. Estabelece as Diretrizes do Sistema de Avaliação da Educação Básica (SAEB). Diário oficial da União, Brasília: DF, 25 mar. 2019. Seção 1. Disponível em: http://download.inep.gov.br/educacao_basica/saeb/2019/legislacao/portaria_n271_de_22-03-2019_diretrizes_saeb-2019.pdf. Acesso em 20 mar. 2019.

BRAVO, J. SIMCE: pasado, presente y futuro del sistema nacional de evaluación. Estudios Públicos, s/v, n. 123, 2011.

CAMPBELL, C.; LEVIN, B. Using data to support educational improvement. Educational Assessment, Evaluation and Accountability. v. 21, p. 47–65, 2009.

COMISIÓN SIMCE. Informe Ejecutivo Equipo de Tarea para la Revisión del Sistema Nacional de Evaluación de Aprendizajes. Santiago: Agencia de Calidad de la Educación, 2015.

CONTRERAS, J. Autonomia de professores. São Paulo: Cortez, 2002.

DALE, R. X. Globalisation and education: demonstrating a 'common world educational culture' or locating a 'globally structured educational agenda? Educational Theory, v. 50, n. 4, p. 427-448, 2000.

DOBBINS, M.; MARTENS, K. Towards an education approach a la finlandaise? French education policy after PISA. Journal of education policy. v. 27, n. 1, p. 23-43, 2012.

EYZAGUIRRE, B.; L. FONTAINE. ¿Qué mide realmente el SIMCE?. Revista de estúdios públicos, s/v, n. 75, p. 107-161, 1999.

HIMMEL, E. Impacto social de los sistemas de evaluación del rendimiento escolar: el caso de Chile. En: Álvarez, B. y Ruiz-Casares, M. (Ed.). Evaluación y Reforma Educativa: Opciones de Política. Santiago: PREAL, 1997.

HIMMEL, E. National Assessment in Chile. In: BANCO MUNDIAL. National Assessments: Testing the System. Washington, D.C.: The World Bank, p. 111-128, 1996.

LEVIN, B. Mobilising research knowledge in education. London Review of Education. Vol. 9, n. 1, 2011.

MECKES, L. El SIMCE: su desarrollo y desafíos actuales. Pensamiento Educativo, vol. 33, p. 160-178, 2003.

SAVIANI, D. Plano Nacional de educação: PNE 2014-2024. Campinas: Autores Associados, 2014.

SCHIEFELBEIN, E. Análisis del SIMCE y sugerencias para mejorar su impacto en la calidad. La realidad en cifras. Santiago: FLACSO, p. 241-280, 1998.

SCHRIEWER, J.; MARTÍNEZ, C. Constructions of Internationality in Education. In: STEINER-KHAMSI, G. (ed.). The global politics of educational borrowing and lending. New York and London: Teachers College, Columbia University, p. 29-53, 2004.

SCHWARTZMAN, S.; COX, C. Las agendas pendientes de la educación. In: Las Políticas Educativas y la Cohesión Social en América Latina. Santiago, Chile: Uqbar Editores, 2009.

UNESCO. Los sistemas de medición y evaluación de la calidad de la educación. Documentos del Laboratorio Latinoamericano de Evaluación de la Calidad de la Educación, 1997.

UNESCO. Educação para Todos: o compromisso de Dakar. Brasília, 2000.

UNESCO/OREALC. Balance de los 20 años del Proyecto Principal de Educación en América Latina y el Caribe. Santiago, 2001.

Publicado

30/08/2019

Como Citar

SANTOS, F. A. dos; PETOUR, M. T. F. Internacionalização dos sistemas de avaliação: evidências de Brasil e Chile. Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 14, n. esp.3, p. 1829–1846, 2019. DOI: 10.21723/riaee.v14iesp.3.12766. Disponível em: https://periodicos.fclar.unesp.br/iberoamericana/article/view/12766. Acesso em: 28 mar. 2024.

Artigos Semelhantes

Você também pode iniciar uma pesquisa avançada por similaridade para este artigo.