A quebra do espelho: sexualidade e identidade em Hamlet
DOI:
https://doi.org/10.21723/riaee.v12.n4.out./dez.2017.10772Palavras-chave:
Sexualidade. Identidade. Discurso. Psicanálise.Resumo
Este artigo propõe refletir sobre as questões da sexualidade e identidadeem Hamlet. Ocorpus de análise é um recorte de três cenas do RPG digital “Mabinogi: Hamlet – ‘To be, or not to be’. O suporte digital constitui-se de um hibridismo de linguagens e este provoca uma (re)configuração educacional, pois aciona no jogador digital e leitor habilidades e competências diferentes da mídia impressa. Sabe-se que a sexualidade tem sido problematizada, ao longo da história, por meio da literatura e das reflexões que se inscrevem em diferentes linguagens culturais, a partir das diversas práticas e discursos circulantes, em que se produzem possibilidades de subjetivação. Diante do exposto pretende-se ir ao encontro de inquietações que geram algumas questões: A literatura, inscrita em um suporte digital, favorece a “experiência de si” em relação ao cotidiano da sexualidade humana? O ódio do desejo é o que move a quebra do espelho para o reconhecimento de si? O aparato teórico-metodológico dessa reflexão assenta-se na perspectiva discursiva francesa e no viés da psicanálise lacaniana. Observa-se que o sujeito pode, por meio da literatura, ser levado a observar a si mesmo, analisar-se, decifrar-se, reconhecendo-se como um domínio de sua verdade, e nesse sentido a sua subjetividade constrói seu entendimento do que seja sexualidade ou ressalta os recalques dos desejos incompreendidos.
Downloads
Referências
BARTHES, R. O Prazer do texto. Lisboa: Edições 70, 2001.
EAGLETON, T. A ideologia e suas vicissitudes no marxismo ocidental. In: ZIZEK, S.(Org.). Um mapa da ideologia. Rio de Janeiro: Contraponto, 3ª reimpressão, 2007.
CABAS, A. G. O sujeito na psicanálise de Freud a Lacan: da questão do sujeito ao sujeito em questão. Rio de janeiro: Jorge Zahar Ed., 2009.
COURTINI, Jean-Jaques. Decifrar o corpo: pensar com Foucault. Petrópolis, RJ: Vozes, 2013.
GRAÑA, R. B. A carne e a escrita: um estudo psicanalítico sobre a criação literária. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2005.
FOUCAULT, M. Aulas sobre a vontade de saber. Curso no Collège de France ( 1970-1971) seguido de: O saber de Édipo. São Paulo: Martins Fontes, 2014.
FREUD, S. A interpretação dos sonhos. In: FREUD, S. Edição comemorativa Sigmund Freud (trad. Walderedo Ismael de Oliveira). Rio de Janeiro: Imago, 2001 (Trabalho original publicado em 1900).
JONES, E. Hamlet e o complexo de Édipo. (A. Cabral, trad.). Rio de Janeiro: Zahar, 1970.
LACAN, J.O Seminário (livro 10): a angústia. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2005.
LACAN, J. O seminário - Livro 1: Os escritos técnicos de Freud. Rio de Janeiro: Zahar, 1979.
LARROSA, J. Tecnologias do Eu e Educação. In: O sujeito da educação: estudos foucaultianos. 8ª ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2011.
PÊCHEUX. M. Semântica e discurso: uma crítica à afirmação do óbvio. Tradução de Eni Orlandi. 4 ed. Campinas: Editora da Unicamp, 2009.
PIMENTA, L.; MONTE-SERRAT, D. M. Instante decisivo como acontecimento no discurso fotográfico. Revista Intersecções, edição 9, ano 6, n. 1, maio/2013, p. 93.
SILVA, Tadeu Tomaz. (Org). O sujeito da educação: estudos foucaultianos. 8ª ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2011.
VANIER, A. Lacan. Trad. Nícia A. Bonatti. São Paulo: Editora Estação Liberdade, 2005
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Manuscritos aceitos e publicados são de propriedade dos autores com gestão da Ibero-American Journal of Studies in Education. É proibida a submissão total ou parcial do manuscrito a qualquer outro periódico. A responsabilidade pelo conteúdo dos artigos é exclusiva dos autores. A tradução para outro idioma é proibida sem a permissão por escrito do Editor ouvido pelo Comitê Editorial Científico.