Educação Sexual e currículo de ciências/biologia: desafios à prática docente

Autores

DOI:

https://doi.org/10.21723/riaee.v13.n3.2018.9530

Palavras-chave:

Educação sexual, Ensino de ciências, Adolescência, Sexualidade.

Resumo

Nesse artigo propomos um debate do currículo escolar sobre educação sexual nas escolas. Entendemos que seu exercício ocorre historicamente pelas disciplinas de ciências/biologia, devido a uma prática docente centrada em um ensino informativo e fisiologista sobre o corpo como máquina reprodutora. Por outro lado, atualmente, a educação sexual nas escolas também busca a reflexão dos comportamentos sexuais de meninos e meninas na sociedade, por ser a sexualidade um assunto relacional e histórico. Ao final, nos parece que docentes atuam como agentes morais a participar da construção da sexualidade de meninos e meninas, de modo a acolherem as diferenças ou a reforçarem o valor de desvio dos comportamentos sexuais que rompem com a heteronormatividade.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Ana Maria Ricci Molina, Faculdade Anhanguera de Ribeirão Preto

Mestre em Psicologia (FFCLRP-USP), Doutora em Educação (UFSCAR). Diretório de Grupos -Lattes: Diversidade em Educação (Ufscar) e Gracias (FFCLRP-USP).

Welson Barbosa Santos, UFG - Jataí

Doutor em Educação (UFSCAR). Coordenador do Grupos de Pesquisa: Educação no Cerrado e Cidadania - GPECC e integrante do grupo Diversidade em Educação (Ufscar).

Referências

ADDENDUM, J. M. P. Relatório sobre a venda de crianças, prostituição infantil e pornografia infantil. Brasil: ONU, 2003. Disponível em: http://dhnet.org.br/dados/relatorios/a_pdf/r_relator_onu_miguel_petit_exp_sexual.pdf. Acesso em: 25 maio 2010.

ALTMANN, H. Verdades e pedagogias na educação sexual em uma escola. Tese (Doutorado em Educação) - Faculdade de Educação da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2005.

BUTTLER, J. Problemas de gênero: feminismo e subversão da identidade. Tradução de Renato Aguiar. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2003.

CASTRO, M. G.; ABRAMOVAY, M.; SILVA, L. B. Juventude e sexualidade. Brasília: UNESCO. Disponível em: www.unesco.org.br/publicacoes/livros/juvsexualidade/mostra_documento. Acesso em: 20 jan. 2014

CONELL, R. Políticas da Masculinidade. Educação & Realidade. Porto Alegre, v. 20, n. 2, jul./dez., 1995.

CRUZ, I. S. Educação Sexual e Ensino de Ciências: dilemas enfrentados por docentes do ensino Fundamental. Dissertação (Mestrado em Física). Instituto de Física da Universidade Federal da Bahia, Feira de Santana, 2008.

FURLANI, J. Educação Sexual - quando a articulação de múltiplos discursos possibilita sua inclusão curricular. Revista Perspectiva, Florianópolis, v. 26, n. 1, jan./jun,. 2008.

FURLANI, J. Mitos e tabus sexuais. In: Mitos e Tabus da Sexualidade Humana: subsídios ao trabalho em educação sexual. 2 ed. Belo Horizonte: Autêntica, 133-176, 2003.

FOUCAULT, M. Poder – corpo. In: Microfísica do poder. 2. ed. Rio de Janeiro: Edições Graal, 1996.

FOUCAULT, M. História da Sexualidade, vol. I – A vontade de saber. 18 ed. Rio de Janeiro, Ed. Graal, 2007.

LIBÓRIO, R. M. C. Adolescentes em situação de prostituição: uma análise sobre a exploração sexual comercial na sociedade contemporânea. Psicologia: reflexão e crítica, v. 18, n. 3, p. 413-420, 2005.

LOURO, G. L. Gênero, sexualidade e educação: uma perspectiva pós-estruturalista. 5. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 1997.

LOURO, G. L. O currículo e as diferenças sexuais e de gênero. In: COSTA, M. V. (Org.). O currículo nos limiares do contemporâneo. Rio de Janeiro: DP&A, 2005. p. 85-92.

MISKOLSI, R. Corpos Elétricos: do assujeitamento à estética da existência. In: Revista Estudos Feministas. Florianópolis: Ed. IEF, 2006.

MOLINA, A. M. R. É indecente. É maravilhoso: trajetória de vida e representações sociais acerca da prostituição juvenil segundo seus participantes. 2003. 140p. Dissertação de Mestrado em Psicologia. Universidade de São Paulo. Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto. Departamento de Psicologia e Educação. Ribeirão Preto, 2003.

RAGO, M. Epistemologia Feminista, Gênero e História. In: PEDRO, J.; GROSSI, M. (orgs.). Masculino, Feminino, Plural. Florianópolis: Ed. Mulheres, 1998b.

RODRIGUES JÚNIOR, O. Os conflitos sexuais na adolescência. In: RIBEIRO, M. (org). Educação Sexual: novas idéias, novas conquistas. Rio de Janeiro: Rosa dos Tempos, 1993. p. 101-111.

RUBIN, G. The Traffic in women: Notes on the political economy of sex. In: REITER, R. (ed.), Toward an Anthropology of Women, New York: Monthly Review Press, 1975.

SANTOS, W. B.; DINIS, N. F. Adolescência heteronormativa masculina: entre a construção obrigatória e desconstrução necessária. In: Revista Opsis, v. 13, n. 2, p. 129-149, 2013.

SANTOS, W. B. Adolescência heteronormativa masculina: entre a construção obrigatória e desconstrução necessária. Tese (Doutorado em Educação) - Universidade Federal de São Carlos. Programa de Pós Graduação em Educação. São Carlos, 2015.

SCOTT, J. W. Gênero: uma categoria útil de análise histórica. Educação & Realidade. v. 20, n. 2, p. 71-99, jul./dez., 1995.

SILVA, T. T. Documentos de Identidade: uma introdução às teorias do currículo. Belo Horizonte: Autêntica, 2011.

VEYNE, P. M. Como se escreve a história: Foucault revoluciona a história. 3 ed. Brasília: Ed. Unb, 1995.

WEEKS, J. O corpo e a sexualidade. In: LOURO, G. L. (Org.) O corpo educado: pedagogias da sexualidade. Belo Horizonte: Autêntica, 1999.

Publicado

03/07/2018

Como Citar

MOLINA, A. M. R.; SANTOS, W. B. Educação Sexual e currículo de ciências/biologia: desafios à prática docente. Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 13, n. 4, p. 1149–1163, 2018. DOI: 10.21723/riaee.v13.n3.2018.9530. Disponível em: https://periodicos.fclar.unesp.br/iberoamericana/article/view/9530. Acesso em: 21 nov. 2024.

Edição

Seção

Artigos teóricos