A expansão dos sistemas avaliativos e a teoria crítica: um diálogo (im) pertinente

Autores

  • Andréia Nunes Militão Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS), Dourados – MS
  • Andréia da Cunha Malheiros Santana Universidade Estadual de Londrina (UEL), Londrina – PR
  • Fabio Perboni Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD), Dourados – MS

DOI:

https://doi.org/10.21723/riaee.v14iesp.4.12927

Palavras-chave:

Avaliação externa, Qualidade da educação, Emancipação, Teoria crítica.

Resumo

Este artigo objetiva refletir sobre a expansão dos sistemas de avaliação e articulá-la ao conceito de educação emancipatória da Teoria Crítica de Sociedade. Os dados quantitativos das avaliações no cenário atual reforçam a competição entre as escolas, além de uma visão tecnicista do conhecimento. O modelo avaliativo proposto pelo Estado reflete um modelo calcado em uma lógica gerencial e técnica, o que contraria as bases da teoria crítica. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, de cunho bibliográfico, com a fundamentação teórica embasada em Adorno (1995), Adorno e Horkheimer (1985), Afonso (2007), Gomes (2010) e outros. A teoria crítica prega a importância da educação como sendo algo capaz de humanizar e conscientizar o ser humano frente às injustiças sociais, e este conhecimento não pode ser medido por uma avaliação externa.

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Biografia do Autor

Andréia Nunes Militão, Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS), Dourados – MS

Docente. Programa de Pós-graduação em Educação.

Andréia da Cunha Malheiros Santana, Universidade Estadual de Londrina (UEL), Londrina – PR

Professor Adjunto. Coordenadora do Programa de Mestrado Profissional Profletras.

Fabio Perboni, Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD), Dourados – MS

Docente. Programa de Pós-Graduação em Educação

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Publicado

01/09/2019

Como Citar

MILITÃO, A. N.; SANTANA, A. da C. M.; PERBONI, F. A expansão dos sistemas avaliativos e a teoria crítica: um diálogo (im) pertinente. Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 14, n. esp.4, p. 2046–2056, 2019. DOI: 10.21723/riaee.v14iesp.4.12927. Disponível em: https://periodicos.fclar.unesp.br/iberoamericana/article/view/12927. Acesso em: 19 abr. 2024.

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