A flexibilização como um imperativo político nas políticas curriculares para o Ensino Médio no Brasil: uma leitura crítica

Autores

DOI:

https://doi.org/10.21723/riaee.unesp.v13.n4.out/dez.2018.11226

Palavras-chave:

Políticas Curriculares, Ensino Médio, Reestruturação capitalista

Resumo

O presente artigo inscreve-se no campo dos Estudos Curriculares e realiza uma análise preliminar da reforma curricular do Ensino Médio promulgada no Brasil em 2017. A partir de uma análise teórico-conceitual que toma como base as políticas educacionais no contexto da Globalização e a Lei n. 13.415/2017, o objetivo do trabalho é compreender que racionalidades políticas se constituem no Brasil, desde a década de 1990, que reorientam e reproduzem arranjos curriculares de forma contínua e progressiva. O estudo justifica-se pela centralidade que o Ensino Médio tem assumido na agenda educacional brasileira no decorrer deste período e que neste momento volta à tona com a recente reformulação. 

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Emerson Lizandro Dias Silveira, Universidade do Rio dos Sinos(UNISINOS)

Possui graduação em Estudos Sociais pela Universidade de Santa Cruz do Sul (1994), especialização em Supervisão escolar(2009) e mestrado em Geografia pela Universidade Federal de Santa Maria (2009). Doutorando em Educação pela Unisinos (2016) Atua como coordenador Didático Institucional na Faculdade Dom Alberto, junto aos cursos presenciais de Ciências Sociais aplicadas, na gestão e planejamento da docência superior. Ministra aulas nos cursos de pós-graduação da Instituição: Orientação Educacional , Supervisão escola e Direito Ambiental. É membro da Comissão Própria de Avaliação da Faculdade Dom Alberto, presidindo a referida Comissão. É supervisor de ensino na Escola Estadual Ernesto Alves de Oliveira. Tem larga experiência na área de Educação básica, com ênfase em Planejamento e Avaliação Educacional, política educacional e sistemas de ensino, prestando consultorias a instituições públicas e privadas.No ensino superior, além das funções docentes coordena ações de planejamento e suporte didático a docentes.

Roberto Rafael Dias da Silva, UNISINOS

Doutor em Educação. Professor do Programa de Pós-Graduação em Educação da UNISINOS.

Referências

ANTUNES, Ricardo.; PINTO, Geraldo. A fábrica da educação: da especialização taylorista à flexibilização toyotista. São Paulo: Cortez, 2017.

BALL, Stephen.; MAINARDES, Jefferson (orgs.) Políticas educacionais: questões e dilemas. São Paulo: Cortez, 2011.s

BRASIL. Lei n.º 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da Educação Nacional. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9394.htm >. Acesso em: 12 abr. 2017

BRASIL. Conselho Nacional de Educação. Resolução nº 04 de 13 de Julho de 2010. Define diretrizes curriculares para a Educação Básica. Disponível em: < http://portal.mec.gov.br/dmdocuments/rceb004_10.pdf >. Acesso em: 12 abr. 2017

BRASIL. Conselho Nacional de Educação. Resolução nº 02 de 30 de janeiro de 2012. Define diretrizes curriculares nacionais para o Ensino Médio. Disponível em: < http://pactoensinomedio.mec.gov.br/images/pdf/resolucao_ceb_002_30012012.pdf >. Acesso em: 12 abr. 2017

BRASIL. Lei nº 13.415 de 16 de fevereiro de 2017. Estabelece política de fomento a implementação de escolas de ensino médio em tempo integral. Diário oficial da União, Brasília, DF, 17 de fevereiro de 2017. Disponível em: < www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2017/lei/L13415.htm >. Acesso em: 12 abr. 2017

CASTELLS, Manuel. A sociedade em rede. São Paulo: Paz e Terra, 1999

HARVEY, David. Condição Pós-Moderna: uma pesquisa sobre as origens da mudança cultural. Tradução Adail U. Sobral e Maria S. Gonçalves. São Paulo: Loyola. 1993

HARVEY, David. Espaços de esperança. Tradução Adail U. Sobral e Maria S. Gonçalves. 2ª edição. São Paulo: 2006

IANNI, Octavio. Globalização: novo paradigma das ciências sociais. Estud. av., ago. 1994, v. 8, n. 21, p. 147-163.

KRAWCZYK, Nora. Reflexão sobre alguns desafios do ensino médio no Brasil hoje. Cadernos de Pesquisa, São Paulo, v. 41, n. 144, p. 752-769, set./dez., 2011.

KUENZER, Acácia Zeneida. O ensino médio agora é para vida: entre o pretendido, o dito e o feito. Ed. Soc, v. 21, n. 70, p. 15-39, 2000.

LESSARD, Claude. Políticas educativas: a aplicação na prática. tradução de Sthephania Motousek. Petrópolis, RJ, Vozes, 2016.

LIMA, Licínio. A educação faz tudo? Crítica ao pedagogismo na sociedade de aprendizagem. Revista Lusófona de Educação, n. 15, p. 41-54, 2010.

PERRENOUD, Phillipe. Avaliação: da excelência à regulação das aprendizagens, entre duas lógicas. Porto Alegre: Artmed, 1999.

POPKEWITZ, Thomas. Reforma educacional: uma política sociológica- poder e conhecimento em educação. Tradução Beatriz Affonso Neves. Porto Alegre, Artes Médicas, 1997.

POPKEWITZ, Thomas. Reforma, conhecimento pedagógico e administração social da individualidade: a educação escolar como efeito de poder. In: IMBERNÓN, Francisco (org.). A educação no século XXI: os desafios do futuro imediato. Porto Alegre: Artmed, 2000. p. 141-70.

RAMOS, Marise Nogueira. O ensino médio ao longo do século XX: um projeto inacabado. In: STEPHANOU, Maria.; BASTOS, Maria Helena Câmara (orgs.). Histórias e memórias da educação no Brasil: século XX. 4. ed. Petrópolis: Vozes, 2011. v. III, p. 229-241

SANTOS, Milton. A natureza do espaço: técnica e tempo- razão e emoção. São Paulo. Hucitec. 1999.

SANTOS, Milton. Da totalidade ao lugar. São Paulo. Edusp. 2005.

SANTOS, Milton. Metamorfoses do espaço habitado. São Paulo. Hucitec. 1996.

SANTOS, Milton. Espaço e método. São Paulo: Nobel. 1985

SANTOS, Milton. Espaço e sociedade. Petrópolis: Vozes, 1980.

SANTOS, Milton. Por uma nova geografia. 6ª ed. 1ª reimpressão. São Paulo: Edusp. 2008

SANTOS, Milton. Modo de produção técnico-científico e diferenciação espacial. Revista Território, Ano IV, nº 6, jan/jun., 1999.

SANTOS, Milton.; Silveira, Maria Laura. O Brasil: território e sociedade no início do século XXI. 9ª ed. Rio de Janeiro: Record.2006

SAVIANI, Demerval. Apresentação. In: GASPARIN, João Luíz. Uma didática para a pedagogia histórico-crítica. Campinas: Autores Associados, 2002a. p. IX-XII

SFREDO, Marta.; SILVA, Roberto Rafael Dias da. Políticas educacionais para o Ensino Médio: conhecimento ou capacitação. Práxis Educativa, v. 11, n. 3, p. 881-896, 2016.

SILVA, Roberto Rafael Dias da. Políticas de constituição do conhecimento escolar para o ensino médio no Rio Grande do Sul: uma analítica de currículo. Educação em revista, v. 30, n. 1, p. 127-158, 2014.

TEODORO, António. Organizações internacionais e políticas educativas nacionais: a emergência de novas formas de regulação transnacional, ou uma globalização de baixa intensidade. In: STOER, Stephen.; CORTESÃO, Luiza; CORREIA, José Alberto (orgs.). Transnacionalização da Educação: da crise da educação à “educação” da crise. Porto, Portugal: Edições Afrontamento, 2001.

Publicado

01/10/2018

Como Citar

SILVEIRA, E. L. D.; SILVA, R. R. D. da. A flexibilização como um imperativo político nas políticas curriculares para o Ensino Médio no Brasil: uma leitura crítica. Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 13, n. 5, p. 1759–1778, 2018. DOI: 10.21723/riaee.unesp.v13.n4.out/dez.2018.11226. Disponível em: https://periodicos.fclar.unesp.br/iberoamericana/article/view/11226. Acesso em: 25 dez. 2024.

Edição

Seção

Artigos teóricos

Artigos Semelhantes

Você também pode iniciar uma pesquisa avançada por similaridade para este artigo.