A CAMPANHA PELA LIBERDADE DE ENSINO NO BRASIL E EM PORTUGAL NA SEGUNDA METADE DO SÉCULO XX
DOI:
https://doi.org/10.21723/riaee.v19i00.18494Palavras-chave:
Liberdade de ensino, Ensino particular, Brasil, Portugal, Estado NovoResumo
O artigo analisa o debate promovido por dirigentes de instituições de ensino particulares, no transcorrer da segunda metade do século XX, no Brasil e em Portugal, acerca do ensino privado e da liberdade de ensino. Tais grupos, imbuídos por interesses de classe e contrários à intervenção estatal em seus negócios, valeram-se do tema da livre iniciativa no ensino, como forma de consolidar vantagens e intervir no espaço público. Em ambos os países, lideranças privatistas formalizaram intercâmbio com setores da Igreja Católica, igualmente interessada em não enfraquecer sua histórica intervenção no ensino. A pesquisa examinou atas de congressos, legislação e jornais, disponíveis em acervos brasileiros e portugueses, para verificar vínculos possíveis entre os dois países, com vistas a compreender processos cambiantes de troca e circulação de projetos e ações. Para realizar a análise, o trabalho fundamentou-se nas contribuições de Antonio Gramsci e Jean-François Sirinelli.
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