A trajetória das Diretrizes Curriculares Nacionais para a formação docente no Brasil: uma análise dos textos oficiais

Autores

DOI:

https://doi.org/10.21723/riaee.v16iEsp.1.14930

Palavras-chave:

Diretrizes curriculares nacionais, Formação docente, Políticas educacionais, Trajetória de políticas públicas

Resumo

O artigo analisa a trajetória das Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN, 2002; 2015; 2019) no campo da formação docente no Brasil ao longo de um ciclo circunscrito por cinco governos (Fernando Henrique Cardoso, Luís Inácio Lula da Silva, Dilma Rousseff, Michel Temer e Jair Bolsonaro). Os documentos foram codificados a partir de quatro dimensões; (i) motivação e participação, (ii) diretrizes para temporalidade e estrutura dos cursos, (iii) profissionalidade docente e (iv) valorização profissional. Ao articular os textos oficiais ao longo de quase 20 anos, as análises reconstituem sua trajetória no campo da formação de professores, marcada por avanços, retrocessos e rupturas. Entre 2002 e 2015, as DCN enfatizam uma formação mais crítica, conjugando a formação inicial e a continuada, além da valorização profissional. O pós golpe de 2016 revela um agravamento do processo de desvalorização e enfraquecimento do status profissional da docência, manifesto nas DCN/2019.

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Biografia do Autor

Gustavo Adolf Fichter Filho, Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), Ouro Preto – MG

Mestrando no Programa de Pós-Graduação em Educação.

Breynner Ricardo de Oliveira, Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), Ouro Preto – MG

Professor no Programa de Pós-Graduação em Educação. Doutorado em Educação (UFMG).

Jianne Ines Fialho Coelho, Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), Mariana – MG

Doutoranda no Programa de Pós-Graduação em Educação.

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Publicado

01/03/2021

Como Citar

FICHTER FILHO, G. A.; OLIVEIRA, B. R. de; COELHO, J. I. F. A trajetória das Diretrizes Curriculares Nacionais para a formação docente no Brasil: uma análise dos textos oficiais. Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 16, n. esp.1, p. 940–956, 2021. DOI: 10.21723/riaee.v16iEsp.1.14930. Disponível em: https://periodicos.fclar.unesp.br/iberoamericana/article/view/14930. Acesso em: 28 mar. 2024.

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